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Paraná se destaca na FEBRACE 2019 e leva 20 prêmios

 

Projetos de estudantes do Estado do Paraná receberam 20 prêmios na 17ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), que aconteceu de 19 a 21 de março, em São Paulo. Dois deles se destacaram e foram escolhidos para representar o Brasil na Feira Internacional de Ciências e Engenharia da Intel (Intel ISEF), que será realizada de 12 a 17 de maio, em Phoenix, nos EUA. 

Um deles mostrou a viabilidade do uso da quitosana, associada à cera de abelha, como membrana protetora natural em frutos como a laranja. É de autoria do aluno João Pedro Silvestre Armani, do Colégio Gabriela Mistral, em Palotina. O outro teve o objetivo de criar uma embalagem mais sustentável, feita de sabugo de milho. É de autoria das alunas Amanda de Souza Maloste e Jessica Cristina Burda, do Colégio SESI, de Campo Largo. Veja abaixo mais detalhes sobre os projetos.

Promovida pela Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), a mostra deste ano contou com 332 projetos de Ciências e Engenharia desenvolvidos por 751 estudantes do ensino fundamental, médio e técnico de todo o País. O processo de seleção dos finalistas envolveu mais de 72 mil estudantes de 27 unidades da federação, que submeteram seus projetos à FEBRACE, diretamente ou por meio de uma das 116 feiras afiliadas. 

Os autores dos melhores projetos, em diversas categorias, ganharam troféus, medalhas, bolsas do CNPq e estágios, num total aproximado de 300 prêmios e oportunidades no Brasil e no exterior. Para a participação na Intel ISEF, foram escolhidos outros sete projetos, além dos vencedores do Paraná. Os estudantes também foram prestigiados por diversas autoridades presentes na cerimônia de premiação. Entre eles, o pró-reitor de Pesquisa da USP, Sylvio Roberto Accioly Canuto, e a diretora da Escola Politécnica, Liedi Bernucci.

            A lista completa dos premiados da FEBRACE 2019 pode ser conferida neste site: https://febrace.org.br/finalistas-e-premiados/#.XJu4cphKjIU. Abaixo, os resumos dos projetos do Paraná que se destacaram na mostra.

REVESTIMENTOS COMESTÍVEIS NA PÓS-COLHEITA DE LARANJAS
O Brasil é o maior produtor de laranjas do mundo e como essa fruta tem baixa durabilidade, testou-se produtos naturais a fim de evitar sua degradação. O objetivo do projeto foi avaliar o potencial protetor de diferentes revestimentos naturais como a quitosana e a cera de abelha em laranjas agroecológicas. Foram realizados cinco tratamentos com cinco réplicas cada, utilizando cinco frutos por repetição, totalizando 125 laranjas com casca. As análises realizadas: sólidos solúveis totais (SST); açúcar; acidez; e massa fresca. Foram realizadas análises semanais durante um mês. Os dados foram submetidos à análise de variância, e as médias comparadas pelo teste de Tukey (p < 0, 05%), que mostraram que, na primeira semana, não houve diferenças significativas entre os sólidos solúveis e massa entre os tratamentos; já a acidez titulável foi maior no tratamento 4. No quesito aparência, os tratamentos 1 e 4 tiveram as maiores médias. Segunda semana: o tratamento 5 teve a maior média na variável sólidos solúveis, e a maior massa ficou com o tratamento 6. Já nas variáveis aparência e acidez total não houve diferença significativa entre eles. Terceira semana: não houve diferença significativa entre os sólidos solúveis, acidez titulável e a média das duas variáveis. Já a aparência ficou melhor para o tratamento 5, e a maior massa ficou com o tratamento 6. Quarta semana: a aparência ficou melhor no tratamento 5, e maior massa ficou com o tratamento 6. Já a maior média para os sólidos solúveis ficou com o tratamento 2. Não houve diferença significativa entre a acidez titulável e SS/AT. Conclui-se que é possível utilizar a quitosana associada à cera de abelha como membrana protetora em frutos como a laranja, pois os dados estatísticos mostram que a melhor aparência foi justamente quando se utilizou os dois associados, diminuindo assim a utilização de agrotóxicos.

SAMIS: USO DO SABUGO DE MILHO PARA SUBSTITUIÇÃO DO POLIESTIRENO – FASE II
O poliestireno expandido (EPS), oriundo de um recurso natural não renovável, causa grandes problemas ambientais por demorar cerca de 150 anos ou mais para se desintegrar, fato este que ocasiona grande acúmulo de resíduos no solo. Sabendo que não há como inibir o seu consumo exagerado, buscou-se encontrar métodos que fossem capazes de substituí-lo parcialmente, reduzindo seus impactos. Ao levar em consideração que o Estado do Paraná é considerado o maior produtor de milho do Brasil e que o seu sabugo é a parte do vegetal menos aproveitada em processos industriais, sendo comumente descartado, foi desenvolvido um produto com a finalidade de substituir o poliestireno expandido e, diminuir a quantidade do uso do mesmo na produção de embalagens de produtos eletroeletrônicos. Sendo assim, esta pesquisa consiste no desenvolvimento de estudos relacionados ao uso do sabugo de milho associados ao poliol e ao diisocianato, componentes utilizados para reação de um poliuretano. Pretende-se criar uma embalagem mais sustentável em comparação ao poliestireno expandido e para testar a sua eficácia e a viabilidade foram aplicados alguns testes sendo eles: impermeabilidade, porosidade, flamabilidade, decomposição, densidade, análises de espectroscopia na região do infravermelho, absorção de impacto e microscopia eletrônica. Até o presente momento identificamos muitos aspectos positivos em relação a adição do sabugo de milho triturado ao poliuretano, como a composição química dos constituintes, tempo de crescimento da espuma, inchamento do produto frente a um solvente e sua resistência diante a teste preliminares. Os dados obtidos como resultado dos testes iniciais ampliam as possibilidades da sua aplicação para embalagens de proteção para produtos eletroeletrônicos.

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