Em abril de 2019, novamente o desempenho das exportações surpreendeu. Neste mês, após 63 meses, o setor voltou à marca de US$ 1 bilhão de exportação, ao registrar crescimento de 25,5% sobre o mês anterior (março/ 2019) e 21,6% comparado a abril do ano passado. No acumulado entre janeiro e abril, o setor faturou R$ 25,4 bilhões, crescimento de 5,8% na comparação com os quatro primeiros meses do ano passado.
O faturamento da indústria de bens de capital também teve crescimento na casa dos 4,3%, em comparação ao mesmo mês do ano anterior, somando R$ 6,8 bilhões. Os dados foram divulgados durante coletiva realizada hoje (28) pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
A maioria dos grupos fabricantes de máquinas e equipamentos registrou aumento nas exportações, de acordo com a comparação dos dados com o mês passado (março/2019). Os destaques ficaram para: máquinas para bens de consumo (165,1%), máquinas para agricultura (207,0%) e máquinas para logística e construção civil (+1,3%).
Segundo a Abimaq, os números comprovam a expectativa do setor, que apoia as reformas governamentais para alavancar o desenvolvimento econômico de maneira sustentável. Na coletiva, José Velloso, presidente executivo da Abimaq, ao abordar a reforma tributária destacou que é importante que ela contemple cinco itens prioritários: transparência, simplificação, justiça e desoneração dos investimentos e das exportações. Já a Reforma da Previdência representa para todos os setores produtivos a redução do déficit fiscal, abrindo espaço para a redução dos juros.
Para a Abimaq, o maior problema que atrasa a retomada dos investimentos são os altos spreads bancários. Segundo Velloso, os spreads bancários encarecem o custo do capital de giro e dos financiamentos para aquisição de bens de capital. “Existe uma vontade de investir maior do que se está concretizando. Aprovadas as reformas, os investimentos serão desengavetados”, acredita.
Quanto às importações, em abril deste ano, elas cresceram em relação ao mês anterior (+3,3%), mas encolheram na comparação com o mesmo mês de 2019 (-4,6%). Para a Abimaq isso representa um indicativo de que a demanda interna por produtos importados ainda continua fraca.
Quanto ao consumo aparente, no mês de abril de 2019 o consumo de máquinas e equipamentos foi de queda mais uma vez, desta vez de 5,5%, puxado pela redução das vendas de máquinas nacionais que recuaram pouco mais de 20%.Esta queda na ponta, contribuiu para a redução do crescimento acumulado no ano. O consumo de máquinas e equipamentos que registrava crescimento de 11,3% até o mês de março, passou a registrar crescimento de 6,3% até o mês de abril.
Emprego
A partir de 2018, o setor fabricante de máquinas e equipamentos iniciou a retomada do emprego, encerrando o ano com 300 mil postos de trabalho. Um aumento de mais de 10 mil pessoas empregadas só em 2018. Já, quanto aos dados de 2019, este é o quarto mês consecutivo de crescimento, mostrando uma tendência de recuperação e ampliação do quadro de funcionários em mais seis mil pessoas. No mês de abril o incremento foi de +0,3.