“Frestas” mescla diferentes perspectivas de espaços entreabertos e as relações neles presentes
Ao se deparar com uma porta entreaberta, uma janela você olha para dentro da fresta? Essa fração de espaço pode revelar muitas histórias! É a perspectiva de quem olha pelas frestas que vai ter o público ao assistir ao espetáculo “Frestas”, da EF Jazz Company, que estreia na próxima quarta-feira, 19, no Teatro Guaíra, em Curitiba.
Com grandes estruturas que permitem a luz entrar no palco, os bailarinos têm suas histórias reveladas ora na penumbra, na escuridão ou até mesmo na luz. O espetáculo aborda o olhar curioso das relações, fazendo um paralelo sobre o que se busca naquilo que aprisiona e a liberdade das ações em um território despretensioso de si mesmo, usando as frestas como elemento de ligação entre as perspectivas de quem está fora ou dentro da história.
Com 16 bailarinos em cena, “Frestas” também mostra o jogo de poder entre homens e mulheres, usando como artifício cênico os figurinos de MariCloss Dancewear. Tudo é sutil e curioso, quando existe a possibilidade de olhar a fresta pelo outro lado. É quando ocorre a virada do espetáculo e tudo é revelado. A cenografia é do arquiteto, urbanista, cenógrafo e carnavalesco Felipe Guerra, profissional apaixonado por musicais.
“As estruturas assumem o papel de metáforas da vida, que vai virando e mudando as nossas perspectivas. Esse é o melhor espetáculo da EF Jazz Company, devido a seu caráter forte e bastante visual”, comenta a coreógrafa Eliane Fetzer.
“Frestas” também marca a nova fase de Eliane Fetzer, que transitou durante muitos anos pela dança contemporânea e o jazz dance, tendo espetáculos premiados nas duas modalidades e sendo convidada constantemente como jurada em festivais nacionais, dada a sua referência no cenário da dança nacional. Com este espetáculo ela opta em definitivo pelo jazz , trazendo as influências de anos dedicados ao contemporâneo.
“Chegando aos 30 anos de carreira, senti que valia a pena dar foco na minha base, que é o jazz. Mas sempre terei a referência da liberdade da dança contemporânea nos meus balés”, diz Eliane Fetzer. Em “Frestas”, é possível observar a convivência da dança em sua harmonia: do jazz, o espetáculo explora a sensualidade do corpo, a fluidez dos movimentos, o isolamento dos membros superiores; do contemporâneo, fica a força, a autoria e a metáfora da vida na escolha de movimentos do bailarino, que passa a ter mais liberdade dentro da coreografia.
No dia 19, Eliane Fetzer também apresenta “Imperare”, sua obra mais recente e relevante de dança contemporânea. Apresentado em 2017 no Guairinha, essa obra mostra sete bailarinos em cena, retratando uma trama vivida em um tempo de soberania, onde se apropriam jogos dissimulados e defendem seus espaços durante as cenas.
SERVIÇO:
Eliane Fetzer apresenta: IMPERARE (dança contemporânea) e FRESTAS (jazz)
Dia 19/06
Horário: 20h30
Local: Centro Cultural Teatro Guaíra (Rua XV de Novembro, 971 – Centro) – Curitiba – PR
Ingressos a R$ 26,00 (inteira) e R$ 13,00 (meia) no Disk Ingressos *Estudantes, doadores de sangue, professores, portadores de necessidades especiais (PNE), portadores de câncer, pessoas acima de 60 anos e classe artística também são beneficiados com meia-entrada.
Classificação: Livre
IMPERARE
Cia Eliane Fetzer
Com uma linguagem densa e consistente a companhia de contemporâneo cria uma singularidade e dentro das suas particularidades já abrangeu países como Israel e Alemanha, um olhar para um corpo com vivência e que dialoga com todas as artes. “IMPERARE” é um espetáculo de Dança Contemporânea que teve estreia em 2017 e agora faz a abertura com a Cia Eliane Fetzer e retrata um período da história em que a soberania sofre a articulação de uma trama, em um tom acusador, dissimulador e supressor, ora pela defesa de seus espaços em estranhos olhares e vontades, oras pelas conquistas em seus interesses. A construção coreográfica se apropria dessa fusão, caracterizada pelo requinte e grandiosidade tal como se construía o sofrimento e luta pelo poder. Com um trabalho intenso, Eliane Fetzer trabalhou corpos com a naturalidade de cada pessoa e buscou formas de desconstrução dos movimentos para que na obra fosse atribuída a verdade em cada cena.
Elenco: André Oliveira, Bárbara Carvalho, Denian Israel, Eduardo Telma, Erika Alves, Erickson Oliveira e Jordana Basílio.
FRESTAS
EF Jazz Company
Quando se vê a EF dançando vem logo uma herança de um jazz próprio e único, na qual sua principal característica é a diversidade de trabalhos e propostas, tudo é determinante dentro das cenas e a Arte é viva dentro dos corpos. A EF Jazz Company faz sua estreia com concepção de Eliane Fetzer para companhia de jazz que trabalha uma técnica própria com abordagem no jazz Contemporâneo.
Frestas é um espetáculo revelador e que retrata tudo que temos capacidade de passar, nossos obstáculos e os rastros que deixamos. Podemos deixar nossa imaginação presa aos raios que ultrapassam e ficar imaginando o que possa existir do outro lado, uma página da vida a ser contada. Um olhar curioso sobre nossas relações, um paralelo sobre o que buscamos dentro do que nos aprisionou e a liberdade das ações fora, território despretensioso de nós mesmos.
“POR UMA SÓ FRESTA ENTRA TODA A VIDA QUE O SOL EMPRESTA”.
Alice Ruiz
Elenco: Amanda Fetzer, André Felipe, Andressa Machado, Francielle Miranda, Gabriela Nardin, George Brito, Guilherme Freitas, Janaína Maria, Jean Afonso, Jonathan Amaral, Julia Meirelles, Juliano Peçanha, Laís Oliveira, Mika Oliveira, Nádia Freitas e Victor Hugo
Ficha Técnica
Direção e Concepção – Eliane Fetzer
Direção de Palco e Ensaio de Frestas – Ian Mickiewicz
Cenografia – Felipe Guerra
Criação de Figurinos– MariCloss Dancewear
Iluminação – Edinho
Fotografia – Christian Alves e Juliano Peçanha
Mixagem – Bruno Gomes
Locução – Karen Giraldi
Marketing – Jonathan Amaral
MakingOff – Nádia Freitas
Comunicação Visual –Patrícia Krieger
