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OPINIÃO – O papel dos políticos na queda da economia

O IBGE divulgou os números do PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre de 2019, que mostram queda de 0,2% em relação ao trimestre anterior. No acumulado dos últimos 12 meses, houve um pequeno aumento de 0,9%.

Os números negativos dos primeiros três meses de 2019 já eram esperados pelos setores do comércio, indústria e serviços. As vendas do Dia das Mães, a segunda data mais importante para o comércio fora o Natal, ficaram bem abaixo do esperado neste ano. Deve-se levar em conta que há um acúmulo de despesas nos meses iniciais de cada ano, com forte carga tributária e as despesas das férias.

Este contexto sazonal recebe um reforço de carga negativa na confiança de investidores nacionais e estrangeiros, por conta das dificuldades no avanço das reformas no Congresso Nacional. O encaminhamento das discussões sobre a Reforma da Previdência criou um ambiente desfavorável nos vários setores produtivos do país. Este ambiente conturbado entre os poderes Executivo e Legislativo desgasta a confiança na retomada econômica.

Toda a expectativa de melhoria nas condições para o Brasil voltar a crescer com números expressivos está depositada na aprovação das reformas de base, como a da Previdência e a Tributária. Nestes dias passou quase despercebida a Reforma Administrativa, igualmente necessária, mas não suficiente para mudar os rumos da economia nacional.

A aprovação da Reforma da Previdência deve criar um clima de confiança para o país voltar a crescer nos próximos trimestres. A insistência da imprensa, de modo geral, na divulgação de notícias negativas, deixando de lado as medidas acertadas que são realizadas, mas que acabam sem a devida divulgação, contribuem para afetar o grau de confiança do investidor e do consumidor. Sem confiança, não há investimento. Sem investimento, não há crescimento.

Falando em nome da classe dos comerciantes, posso dizer que há muita confiança no trabalho do ministro da Economia, Paulo Guedes. Em todas as suas ações, ele demonstra sinceridade. Mas não consegue fazer tudo sozinho. O presidente da Câmara dos Deputados, deputado Rodrigo Maia, e os deputados federais vêm deliberadamente atrasando o andamento da Reforma da Previdência. Com isto as finanças públicas chegam a um nível de esgotamento quase total.

As eleições da 2018 trouxeram uma expressiva e importante renovação entre parlamentares dos estados e do país. Novas ideias chegaram ao Congresso, mas que foram engolidas pelas velhas raposas que se mantiveram dentro do Parlamento brasileiro. O Centrão continua dominando as ações na Câmara e mantendo a tradição do que existe de pior na história do Legislativo nacional.

As passeatas, realizadas no último dia 26 de maio em todo o país, mostram o descontentamento da população com a lentidão do trâmite das reformas necessárias para fazer o país voltar a se desenvolver. É chegado o momento de os brasileiros pressionarem seus representantes na Câmara dos Deputados e no Senado para que a Reforma da Previdência seja aprovada. A má gestão política dos últimos tempos vem puxando a economia para baixo. Precisamos reverter este viés de queda. As reformas são fundamentais para o país não quebrar. Nós todos somos responsáveis e não podemos nos abster neste momento de tamanha importância para o futuro do Brasil.4

Gláucio Geara é empresário e presidente da Associação Comercial do Paraná

<imprensa@acp.org.br>

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