O acidente vascular cerebral (AVC) é uma das principais causas de morte e a principal causa de incapacidade no mundo1,2. A cada seis segundos, uma pessoa morre em decorrência da doença1,3 e, a cada minuto sem tratamento, 1,9 milhão de neurônios são perdidos4. A limitação no acesso aos neurologistas em hospitais espalhados por diversas regiões do Brasil é uma das principais barreiras no tratamento do AVC. Diante deste cenário, a Rede Brasil AVC, em parceria com a Allm e com apoio da Boehringer Ingelheim, acaba de apresentar o TeleStroke, uma ferramenta de suporte avançado para tomada de decisão que permite uma rápida comunicação entre a equipe médica do hospital e um neurologista que está à distância, possibilitando um auxílio seguro de altíssima precisão em tempo real, 7 dias por semana, 24 horas por dia.
“O TeleStroke tem como objetivo aumentar o acesso ao diagnóstico e tratamento de fase aguda do AVC, por meio da integração das equipes com o uso de um aplicativo chamado Join, e diminuir as sequelas do AVC, reduzindo também o tempo de internação, as taxas de reinternação e o impacto socioeconômico relacionado à doença”, diz a Dra. Sheila Martins, neurologista e presidente da Rede Brasil AVC, associação parceira do TeleStroke.
Os hospitais participantes farão parte de uma rede para atendimento em tempo integral às pessoas que sofreram um AVC. O médico atende o paciente na emergência e envia um resumo do caso, por meio do aplicativo Join, a um grupo fechado de neurologistas, que está à distância e dará suporte, inclusive com a possibilidade de videoconferência. Além de todas as informações clínicas, os neurologistas terão acesso aos exames realizados na unidade para poder avaliar a indicação do tratamento de reperfusão. Após receber orientação, o médico local define a conduta.
Todos os hospitais receberão smartphones e tablets com conexão 4G, sem custo por um ano, que serão utilizados para enviar e discutir os casos. O aplicativo Join estará instalado nos aparelhos disponibilizados para o hospital parceiro e, para implementar a sua utilização, será necessário apenas definir os profissionais participantes do grupo e registrar cada etapa dos indicadores. Todos passarão por treinamentos”, conta a Dra. Thais Melo, diretora médica da Boehringer Ingelheim.
O AVC é sempre uma emergência médica e pode ocorrer na forma isquêmica ou hemorrágica. Respondendo por aproximadamente 85% dos casos4, a forma isquêmica ocorre quando há a obstrução em um vaso sanguíneo que fornece sangue ao cérebro, bloqueando a passagem de oxigênio para as células locais, chamadas de neurônios, causando a sua morte. Já na hemorrágica, um vaso enfraquecido rompe e sangra no cérebro, causando inchaço e aumento da pressão local5.
Identificar os sinais e atender o paciente prontamente são medidas essenciais para evitar sequelas graves. Os sintomas mais comuns são: assimetria facial, perda de força de um lado do corpo e dificuldade para falar e compreender a fala. “No caso do isquêmico, existe um medicamento injetável altamente eficaz. Estudos mostram que, em até 4h30min após o início dos sintomas, o paciente que recebe esse medicamento, responsável por desobstruir o vaso lesionado logo que chega ao hospital capacitado, tem 30% mais chances de bons resultados em seu quadro”, finaliza a Dra. Sheila Martins.
Referências:
1. World Stroke Organization Campaign. http://www.world-stroke.org/advocacy/world-stroke-campaign.
2. Feigin et al 2017; 120 (3): 439-448.
3. MacKay J, Mensah G. WHO, 2004. http://www.who.int/cardiovascular_diseases/resources/atlas/en/#.
4. Saver J. Stroke 2006;37:263-266.
5. Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares. Acidente Vascular Cerebral. Disponível em <http://sbdcv.org.br/publica_avc.asp>