Evento ocorreu em Curitiba e reuniu especialistas da área de Tecnologia de Informação
Cerca de 200 especialistas brasileiros e indianos da área de Tecnologia da Informação estiveram reunidos no Fórum Internacional de Segurança Cibernética – CyberSec 2019, que ocorreu nos dias 25 e 26 de junho, na Fiep, em Curitiba. Eles discutiram os desafios do setor de segurança cibernética no Brasil. “O fórum proporcionou uma intensa troca de experiências entre técnicos brasileiros e indianos. Foi possível identificar várias oportunidades de cooperação para avançar nos temas ligados à segurança cibernética. Observou-se que a questão é de máxima preocupação para empresas e indivíduos. Existe uma carência de mão de obra especializada e há urgência em supri-la”, afirmou Celso Kloss, diretor-superintendente da Paraná Metrologia, organizadora do evento.
Segundo informações apresentadas no fórum, até 2022, haverá 1,8 milhões de vagas não preenchidas no setor de segurança de dados em todo o mundo. Hoje, somente em Curitiba, já existe uma falta de 3 mil profissionais na área de Tecnologia da Informação. “As empresas de TI estão atoladas de serviços, não conseguem atender a demanda, assim como esses departamentos dentro das empresas. Esse segmento todo está precisando de profissionais, que já estão sendo disputados entre as corporações”, ressaltou Ailton Dorl, vice-presidente da Assespro-PR – Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação, também realizadora do evento.
Contudo, ainda não se sabe ao certo como atrair mais profissionais para essa área, mesmo ela tendo um salário, em média, três vezes maior que outras dentro do setor de serviços. Os especialistas apontam que é preciso que os adolescentes, desde o Ensino Médio, sejam mais informados sobre a Tecnologia da Informação, além de uma maior participação feminina. “Apenas 20% desse mercado é formado por mulheres, sendo que na década de 1990 elas representavam praticamente 50%. É preciso incentivar as mulheres a trabalharem nessa área”, considera o palestrante Altair Santin, coordenador da Comissão Especial em Segurança da Informação e de Sistemas Computacionais (CESeg) da Sociedade Brasileira de Computação.
Tecnologias
Para quem já atua no setor, o evento ainda abordou a evolução dos ataques cibernéticos, os desafios para evitá-los e o que é possível aprimorar em tecnologias como IoT (Internet da Coisas), Scada, Blockchain, Inteligência Artificial, análise de malware, criptografia e biometria, tanto para uso de empresas quanto usuários. Os aspectos jurídicos que envolvem essa área, com a Lei Geral de Proteção de Dados, que entrará em vigor no próximo ano e deverá ser aplicada em qualquer empresa que colete dados de seus clientes, e o compliance digital, que tem o objetivo de prevenir riscos ligados à segurança de dados em uma empresa, também foram discutidos.
“Estão surgindo inúmeras novas tecnologias e elas são em geral pervasivas. A IoT, por exemplo, não envolve só o setor de TI, ela envolve todas as áreas, ela abrange tanto um consumidor quanto uma empresa da indústria 4.0 ou a área de saúde. Em função disso, nós precisamos de segurança de dados em todas as áreas. Nós percebemos que, além da necessidade cada vez mais crescente de profissionais, esses também precisam ter um conhecimento mais interdisciplinar para atender a demanda de segurança, que será cobrada”, avaliou Altair Santin.
O Fórum Internacional sobre Segurança Cibernética foi realizado pela Paraná Metrologia, Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro-Paraná), Fundação Araucária, Sistema Fiep, Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), Universidade Federal do Paraná (UFPR), e Universidade Livre do Meio Ambiente (Unilivre).
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