“Você é o que você come”. O velho ditado popular nunca fez tanto sentido – afinal, hoje a medicina sabe que a forma como nos alimentamos tem impacto direto na saúde e na qualidade da pele. “A pele é o maior órgão do corpo humano e reflete muito sobre o nosso bem-estar e saúde”, revela a médica dermatologista Mayara Bravo, da Clínica Karla Assed Curitiba.
Por isso, o intestino e as bactérias que habitam o sistema digestivo têm ganhado cada vez mais a atenção no consultório dos dermatologistas. Uma alimentação equilibrada, rica em fibras e vitaminas, tem o poder de melhorar o sistema imunológico e reduzir inflamações, incluindo as que afetam a pele. “Os problemas gastrointestinais muitas vezes entregam pistas para problemas mais graves que podem estar relacionados com depressão, ansiedade e condições da pele, como a acne”, explica a dermatologista.
Além da alimentação e de um estilo de vida saudável, nosso estado emocional também pode alterar a flora intestinal, aumentando a permeabilidade e contribuindo para a inflamação sistêmica. “A pele é um dos órgãos que sente quando há uma disbiose (desequilíbrio da flora intestinal), desencadeando respostas inflamatórias na face e no cabelo, por exemplo. Por isso, hoje levamos todos estes fatores em conta a fim de oferecer um tratamento com melhoras de dentro para fora”, ressalta a médica.
Probióticos
Nos últimos anos, o número de estudos sobre a influência da microbiota na saúde aumentou muito. Um dos tratamentos que podem auxiliar os pacientes a ter sucesso na melhora do corpo como um todo é o uso de probióticos (grupo de bactérias benéficas para o organismo). “A gente trata o intestino e o paciente melhora de problemas como dermatite atópica, dermatite seborreica, psoríase e implicações como a acne”, afirma a dermatologista. Segundo ela, os probióticos ajudam a conter o processo inflamatório que leva a lesões na pele. De quebra, também ajudam a melhorar a imunidade de maneira geral.
Para tratar as doenças cutâneas, o médico pode prescrever uma família de bactérias de acordo com o perfil do paciente. “Fazendo o uso oral de probióticos é possível trocar a população de bactérias nocivas no organismo por outras benfeitoras e sentir as melhoras desejadas. Durante a consulta, conseguimos indicar compostos prontos ou que podem ser manipulados de acordo com a queixa específica do paciente”, comenta.
Dosagem certa
Os probióticos são encontrados facilmente em algumas farmácias e lojas de suplementos, no formato oral e tópico. Com custos cada vez mais acessíveis, eles podem ser usados por pessoas de qualquer idade. Mas antes de sair por aí comprando um de cada, é fundamental ter orientação médica: para ter o efeito desejado, é importante estar atento à dosagem, concentração e até mesmo à qualidade de cada produto.
Assim como os probióticos, os nutricosméticos de marcas de skincare também ganham cada dia mais destaque – existem hoje linhas de probióticos faciais com promessas interessantes. “A grande maioria são produtos muito bem-vindos, mas a recomendação e orientação deve ser sempre acompanhada de um médico especializado para garantir o efeito desejado”, finaliza a Dra. Mayara Bravo.
Clínica Karla Assed Curitiba
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