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Próteses mamárias: Sociedade Brasileira de Mastologia alerta que não há motivos para alarme

Preocupada com a recente repercussão em torno dos implantes mamários, a Sociedade Brasileira de Mastologia está acompanhando o impacto do comunicado da autoridade sanitária americana FDA (Food and Drug Administration) no Brasil e com base em estudos científicos alerta que não há elementos suficientes para causar pânico e que a principal medida para quem, eventualmente, sentir sintomas é procurar o médico.

De acordo com o presidente da SBM, Dr. Antônio Frasson, apesar da baixa incidência do linfoma, a FDA orientou que todos os indivíduos que estão considerando um implante mamário de qualquer tipo sejam informados sobre o risco de desenvolver a doença, porém numa decisão visando maior segurança e transparência para as pacientes. Para ele, o recall sugerido é, essencialmente, uma medida preventiva para investigar se de fato os implantes mamários texturizados, os quais foram associados a um tipo incomum de câncer estão relacionados aos casos do câncer raro, chamado linfoma anaplásico. “O assunto é complexo, mas não condiz com toda a polêmica dada. São raros os casos e apenas as mulheres com implantes, seja por finalidade reparadora ou estética, que estiverem apresentando algum sintoma devem procurar o mastologista”, orienta.

Ele reforça que as mulheres que têm esses implantes, mas sem sintomas, não precisam removê-los. “O “recall” está direcionado mais para médicos e hospitais não utilizarem mais este tipo de dispositivo da Allergan”, afirma, acrescentando que as autoridades continuam monitorando a incidência de linfoma associado a outros tipos de implantes e que, se necessário, tomarão novas medidas.

O presidente reafirma que a Sociedade Brasileira de Mastologia manterá a vigilância e a atualização dos dados reportados pelas agências internacionais para nortear futuras recomendações sobre o tema. “A SBM reforça a recomendação da própria fabricante, qual seja a segurança do paciente é uma prioridade”, diz o mastologista, concluindo que a entidade recomenda às pacientes com dúvidas e incertezas que procurem seus médicos para esclarecimentos e orientações.

Linfoma anaplásico

No intuito de esclarecer a população, Antônio Frasson explica que o BIA-ALCL não é câncer de mama e, sim, um tipo de linfoma não-Hodgkin (câncer do sistema imunológico). Na maioria dos casos, a BIA-ALCL é encontrada no tecido cicatricial peri-prótese (cápsula) e no fluido ao redor do implante, mas em alguns casos, pode se espalhar por todo o corpo. “Neste momento, a chance de desenvolver BIA-ALCL é considerada baixa, no entanto, um diagnóstico de BIA-ALCL pode ter consequências, especialmente se não diagnosticado precocemente ou prontamente tratado. Na maioria dos pacientes, a BIA-ALCL é tratada com sucesso com cirurgia para remoção do implante e o tecido cicatricial que o circunda. No entanto, alguns pacientes podem necessitar de tratamento com quimioterapia e /ou radioterapia”, detalha o médico.

Implantes mamários

Milhões de mulheres têm implantes mamários no mundo. Nos EUA, por exemplo, o aumento das mamas é o tipo mais popular de cirurgia plástica, com mais de 300 mil operações realizadas em 2017. Cerca de 100 mil mulheres receberam implantes no mesmo ano durante a cirurgia reconstrutiva, após a mastectomia para câncer de mama, de acordo com os dados mais recentes da American Society of Plastic Surgeons.

Implantes Texturizados

Os implantes texturizados Biocell carregam um risco que é cerca de seis vezes maior que o de outros implantes texturizados vendidos nos Estados Unidos, disse a agência. Centenas de milhares de mulheres nos Estados Unidos têm implantes Biocell, disse o Dr. Binita Ashar, diretor do Departamento de Dispositivos Cirúrgicos e de Controle de Infecção da F.D.A., em uma coletiva de imprensa na quarta-feira sobre o recall. “A segurança do paciente é uma prioridade para a Allergan”, disse a empresa em um comunicado, “e os pacientes são aconselhados a procurar seus médicos sobre os riscos e benefícios do tipo de implante, caso tenham alguma preocupação”.

<carol@contextualcomunicacao.com.br>

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