Os bons ensinamentos das aves migratórias

Jacir Venturi*

 

“Um educador sempre afeta a eternidade. Ele nunca saberá onde sua influência termina.” Henry Adams (1838-1918), historiador americano. Uma maravilhosa lição de vida pode ser obtida dos gansos selvagens canadenses, que migram do hemisfério norte para o sul. Como arautos de mudanças, quando partem, é prenúncio de frio. Ao retornarem, é chegado o verão.

Guiados pelo sol e pelo campo magnético da Terra, cumprem a rota mais curta e somente estabelecem grandes curvas para evitar desertos e oceanos. Neste longo voo, a formação do bando é a de um majestoso V, cujo vértice está voltado para frente. Nessa formação geométrica, cada pássaro da frente cria um vácuo para o de trás, rendendo ao grupo quase o dobro do aproveitamento com o mesmo esforço.

Família e escola nos ensinam que, quando um conjunto de pessoas compartilha o mesmo objetivo, e de forma organizada, é mais leve a tarefa de cada um, e os resultados são extraordinários. Ao ganso da frente cabe a tarefa de dar direção ao bando. E, quando cansa, alterna a posição de ponta com outro pássaro. É o líder. Em seu peito, batem as rajadas do vento forte, os pingos da chuva castigam seus olhos. Mas é ele, o líder, que tem as asas fortalecidas, que vislumbra melhor o horizonte, que contempla melhor as belezas do sol nascente e do sol poente.

Os problemas são como as rajadas de vento, que nos fortalecem para enfrentarmos a vida com mais determinação. E Deus nunca nos dá tudo. Mas também não nos priva de tudo. E por mais que haja dificuldades, Ele não permite embates maiores que a nossa capacidade de vencê-los.

Os líderes sacrificam muitas vezes a si próprios por uma causa relevante cujo maior prêmio não é o triunfo, mas a imensa satisfação do dever cumprido. E se fracassam, “resta o conforto de que mais valem as lágrimas de não ter vencido do que a vergonha de não ter lutado”.

Quando um dos gansos é ferido ou fica doente, incontinenti, dois deles saem da formação e lhe dão companhia e proteção. É a manifestação da solidariedade em se postar ao lado das pessoas em seus momentos difíceis. Quem não tem amor e amizade em seu coração, sofre da pior doença cardíaca.

E se hoje somos o ganso que ocupa o vértice – somos o líder –, amanhã dois outros gansos poderão nos fazer companhia, por estarmos enfermos ou senis. Na formação angular, os gansos que vêm atrás grasnam freneticamente para motivar os da frente. Na convivência em grupo, tanto é importante a nossa efetiva participação quanto as palavras encorajadoras. Pessoas motivadas são mais felizes e produtivas. A ação organizada unida ao entusiasmo produz uma força insuperável.

Ter uma rota segura é considerar os bons ensinamentos transmitidos pelos pais, professores e bons amigos. São eles os timoneiros, os grandes educadores. A propósito, educar tem raiz numa palavra latina belíssima: ducere, que significa conduzir, mostrar o caminho. São eles que abrem as portas do futuro e iluminam o nosso caminho com as luzes mais brilhantes que puderam encontrar. Sim, somos um pouco de cada familiar, de cada professor e de cada amigo que tivemos.

*Jacir Venturi é membro do Conselho Estadual de Educação do PR e coordenador da Universidade Positivo. 

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