Imagina só o cenário: você está no trabalho, com o tempo apertado, e precisa levar um documento para outro lado da cidade, pagar seu aluguel, ir ao salão de beleza, comprar móveis para casa nova, agendar uma consulta médica e, ainda, almoçar e fazer check-in para seu próximo voo. Difícil pensar que, em meio a tantas atividades, conseguirá concluir todas com sucesso e ainda dar conta das demandas em tempo hábil, certo? Porém, com a onda dos “superapps”, ou superaplicativos, é possível realizar todas as atividades com apenas um clique.
É o caso do especialista em tecnologia e consultor Thiago Ayres que, no meio de uma reunião, e com o celular, agendou a coleta de um documento com um aplicativo de logística, pediu seu almoço, pagou um boleto e ainda agendou o carro para buscá-lo no término do compromisso. “Mais que tudo, hoje em dia, tempo é dinheiro, tempo é vida, e os aplicativos nos permitem economizar tempo, locomoção, dinheiro, tornando-nos mais produtivos”, comemora.
O pioneiro nesse modelo de negócios foi o app chinês WeChat, que oferece, além do próprio serviço de chat, o de pagamentos de contas, consultas médicas, pedido do comidas, entre outros, e hoje tem um bilhão de usuários.
Aqui no Brasil, são vários os que desempenham diversas atividades e a quantidade deles cresce a cada dia. Alguns exemplos: Rappi, James, iFood, Loggi, UBER, 99, além dos aplicativos de estatais. Para o consultor de novos negócios Thiago Ayres, essa é uma tendência que não tem mais volta e veio só para facilitar a vida das pessoas, além de ser um excelente modelo de negócio. “Desenvolver um superaplicativo é um desafio diário, porém, que compensa. Mas é preciso, além de melhorar suas performances como negócio, investir em mídia constantemente para recuperar os usuários que podem migrar para o concorrente”, explica Ayres.
Em números – De acordo com dados divulgados pela SimilarWeb, no Brasil o Ifood já contabilizou 390 mil pedidos diários em outubro de 2018, o que significa um crescimento de 109% se comparado com o mesmo período de 2017. A colombiana de delivery Rappi, que atua fortemente no Brasil e recentemente recebeu um investimento de US$ 1 bilhão, revelou que anda a passos largos pelo território brasileiro e contabiliza um quinto de seus usuários por aqui.
No Brasil, outra empresa que sinalizou interesse em focar nos superapps é a Magazine Luiza, que nos últimos anos já tem chamado atenção com sua estratégia omnichannel. Outro movimento no país é o da fintech Nubank, que, em outubro de 2018, recebeu um aporte de US$200 milhões da Tencent (empresa dona do WeChat).
Na China, país pioneiro a utilizar os superapps, eles já são vistos como indispensáveis e o WeChat está sendo cotado para se tornar o sistema de identificação da população chinesa, criando uma espécie de “RG virtual”. A Amazon expandiu recentemente seus serviços na Índia com o lançamento de um sistema de compra de voos domésticos, em uma parceria com a Cleartrip para oferecer esse serviço no Amazon Pay, possibilitando sistemas de cashbacks e baixas taxas de cancelamento de voo.
Sobre Thiago Ayres – Consultor, educador, investidor-anjo e palestrante quadrilíngue nas áreas de governança, gestão, inovação e liderança, Thiago Ayres tem formações em três continentes e ajuda corporações e startups em seus desafios estratégicos. Passou por mais de 20 países e tornou-se um inconformado com a gestão tradicional: enxerga oportunidades para cada problema, e aposta que as pessoas são a base de todo o sucesso. Ele é fundador da Consigliere Consultoria, especializada em governança, gestão e inovação, atuando com consultoria e educação corporativa. Além de Coordenador e Professor de MBAs, é atualmente Diretor de Governança & Investimento na Curitiba Angels.