Coça, coça sem parar. Se coçar, vai marcar. Quem já teve varicela ou catapora sabe. Além do prurido (coceira), a doença vem acompanhada de erupções (brotoejas) na pele, mas o que muitos não sabem é que também pode acontecer a reativação do vírus, ocasionando o herpes zóster.
Segundo informações do Sistema de Informações Hospitalares do SUS, aproximadamente dez mil pessoas são internadas todos os anos em virtude de complicações causadas pelo vírus no Brasil.
Conhecida pelas bolhas de água formadas na pele, a doença inicia com a sensação de queimação e formigamento, além de dor e vermelhidão. Segundo o médico infectologista, Jaime Rocha, diretor de Prevenção e Promoção à Saúde da Unimed Curitiba e responsável pela Unimed Laboratório, as lesões aparecem com maior frequência no tórax e a face na altura dos olhos, mas pode ocorrer em qualquer local do corpo inclusive nas mãos. “É preciso total cuidado para não contaminar mais áreas, que podem causar problemas ainda mais graves”, lembra.
O especialista lembra que a doença pode acometer pessoas de qualquer idade, sendo mais comum após os 50 anos. “Com o envelhecimento, as células de defesa deixam de proteger o corpo como deveriam, diminuindo a imunidade, que favorece ao herpes-zóster. Outro ponto curioso é que estudos da Universidade de Ulsan, na Coreia do Sul, apontam que a doença também está relacionada a um aumento no risco de ataques cardíacos e derrames”.
Daí a importância da imunização. No Brasil, a vacina está disponível na rede privada, em dose única. Pode ser aplicada em pessoas com 50 anos ou mais e confere proteção contra o zoster mesmo nas pessoas que já tiveram a doença.
“Como toda vacina, as contraindicações são específicas. Os pacientes que fazem uso de corticoides devem consultar o médico se podem ou não ser imunizados. Vale lembrar que pessoas com baixa imunidade e gestantes não devem se vacinar”.
Para quem já apresenta a doença, Rocha explica que os casos tendem a se resolverem entre sete e dez dias, desde que se faça o tratamento adequado. “Para acelerar a recuperação, são prescritos medicamentos como antivirais, corticóides e analgésicos, sempre após o diagnóstico médico”.
Importante lembrar que existem oito vírus diferentes da família Herpes que podem causar doença em humanos. Os herpes tipo 1 (herpes oral), 2 (herpes genital) e 3 (herpes-zóster) provocam quadros semelhantes aos de lesões de pele que podem reaparecer após um período variável de ausência de sintomas. A vacina é somente para o tipo 3 do vírus. <andressa@nqm.com.br>
