*Por Cracios Consul
Antes de iniciar um negócio é necessário avaliar inúmeros fatores: investimentos em tecnologia, fornecedores, custos operacionais, processos, concorrência, etc. O modelo de negócio escolhido também vai influenciar diretamente nos resultados da empresa. No mundo em que vivemos (hiperconectado e recheado de startups), uma série de frases feitas transformam a palavra “inovação” em algo batido.
Não adianta apenas colocar mesas de ping-pong e pufes no ambiente de trabalho. É preciso engajar e envolver os colaboradores em torno de uma nova filosofia verdadeiramente inclusiva
Um dos modelos de negócio mais revolucionários do mundo não nasceu no Vale do Silício e não é uma startup. É algo centenário e que tem na cooperação entre pessoas seu principal pilar. Estou falando do cooperativismo, que é consagrado e bem estabelecido no Brasil. O movimento foi a base para os imigrantes que se estabeleceram no país, e hoje gera em torno de 398 mil empregos formais, de acordo com a Organização das Cooperativas Brasileiras (Sistema OCB).
Mesmo com tantos anos de existência, o cooperativismo não é nem um pouco desatualizado ou ultrapassado. Em 2012, a Organização das Nações Unidas denominou que seria o “Ano Internacional das Cooperativas”, o que só confirma e destaca o papel do cooperativismo como agente de desenvolvimento econômico e social. O diferencial é que, com bases fortes, o cooperativismo se adapta e transforma a realidade no qual está inserido.
Agora, um novo modelo de negócio dentro do cooperativismo vem trazendo ainda mais força para o setor, que se mantém firme em meio às crises. É a intercooperação, uma junção de cooperativas que propõe uma atuação conjunta e inovadora. Esse sistema “ganha-ganha” já é praticado por marcas conhecidas, como Castrolanda, Capal, Frísia, Herança Holandesa e Alegra, que hoje constituem a Unium.
Para esse modelo funcionar é necessário que as cooperativas tenham pontos em comum para se unirem e lançarem uma marca institucional que as represente, acompanhando todos os produtos em logomarca e agregando valor no varejo. Outros sim, a intercooperação também otimiza processos e reduz custos operacionais, além de aumentar a força de todos os negócios envolvidos e, por conseguinte, dos cooperados.
Ou seja, esse modelo não só eleva à maior potência os ideais do cooperativismo, mas também possibilita um crescimento econômico e estrutural. Com o trabalho em conjunto, o movimento ganha mais visibilidade. Além disso, as cooperativas participantes podem suprir as necessidades uma das outras, como conhecimento em novas áreas, troca de informações sobre marketing, fornecedores de insumos, entre outros.
A união de forças se torna estratégica, possibilitando a construção de parcerias, a conquista de novos mercados, oferecimento de serviços complementares e maior geração de empregos na área de atuação. Principalmente, a intercooperação abre as portas para a agregação de valor reputacional das cooperativas como conjunto.
A intercooperação tem muito do que se fala no mundo das startups, como economia criativa, peer to peer, geração de valor e inovação. Uma mostra que o cooperativismo continua vivo, moderno e necessário.
*Cracios Consul é gerente de marketing da Unium.