Brasil já conta com mais de 7 milhões de jogadores de poker, além do maior torneio da América do Sul e premiações milionárias
O poker deixou de ser algo pejorativo associado a mesas de jogatina e se tornou uma diversão cada vez mais popular e até mesmo cultural. Com o surgimento e afirmação das casas de apostas online e com, cada vez mais, personalidades participando de jogos e torneios, o jogo vem conquistando espaço no mundo esportivo mundial e brasileiro. No Brasil, sua popularidade cresce a cada ano. Dados da Confederação Brasileira de Texas Hold’em (CBTH) mostram que já são mais 7 milhões de jogadores de poker no país.
Entre as celebridades não é diferente. No âmbito internacional, famosos como o ator Ben Affleck, o ex-piloto de Fórmula 1, Fernando Alonso, os ex-astros do basquete Michael Jordan e Scottie Pippen, o ex-jogaor de tênis, Boris Becker e o atual número 2 do mundo pelo ranking da ATP, Rafael Nadal, além do artilheiro Cristiano Ronaldo, são alguns aficionados pelo poker.
Mesmo o poker tendo pouco mais de uma década no país, o Brasil já é uma potência mundial no esporte, e seu impulsionamento se deveu muito ao ex-atacante e campeão mundial Ronaldo. Garoto propaganda do Pokerstars, o “fenômeno” é um dos principais responsáveis pela popularização do poker no Brasil, muito devido a sua imagem junto ao público esportivo brasileiro. Entre os brasileiros famosos, também se destacam o ator Bruno Gagliasso, os ex-jogadores de futebol Petkovic, Edmundo e Denilson, Gabriel Medina, campeão mundial de surf e o craque Neymar, do Paris Sant Germain.
Por falar em Neymar, ele também é um importante divulgador do esporte. Seguidamente o jogador é visto jogando poker no seu tempo livre. Além disso, ele também disputa campeonatos nacionais físicos com objetivo de chamar a atenção do público e da imprensa. E ele não faz isso apenas como “propaganda”. O maior craque do futebol brasileiro da atualidade, também é um exímio jogador de poker. Em 2018, Neymar participou do circuito nacional de poker, o BSOP, sem ser pago por isso, quando conquistou a sexta colocação e faturou 80 mil reais.
Embora amadores e jogadores profissionais de Poker no Brasil ainda batalhem para regulamentar o esporte, o mercado cresce impulsionado pela diversão, competitividade, adrenalina e pela possibilidade de ganhar muito dinheiro em torneios físicos ou online.
Um forte indício disso é o a evolução do Campeonato Brasileiro de Poker (BSOP), maior evento de poker da América do Sul. Em sua primeira edição, em 2006, não passou de 100 participantes. Na etapa final de 2015, foram 3.866 participantes. O Campeão Brasileiro de poker ganha, além de muito prestígio, prêmios milionários.
No ano passado, o Main Event do BSOP Millions, o vitorioso foi o paranaense Leocir Carneiro, que recebeu R$ 1.185.830,00 mais um Platinum Pass de US$ 30.000 após derrotar o paulista Erik Marasco no heads-up decisivo. Mas o grande campeão das mesas da Brazilian Series Of Poker em 2018 foi Saulo Sabioni que, com um desempenho notável se tornou o primeiro bicampeão na história do circuito.
Com tantas personalidades e jogadores brasileiros ganhando popularidade no mercado internacional de poker, isso aumenta a notoriedade do esporte e também o número de fãs.
Problemas da falta de regulamentação
A procura aumenta e alavanca o setor de estabelecimentos especializados no jogo. Atualmente, há mais de 500 espaços com mesas de poker no país, sendo que 200 são exclusivos para a modalidade. São Paulo abriga cerca de 15% desses espaços, mas as fichas são apostadas em todo Brasil.
No Brasil, só recentemente o poker deixou de ser considerado um jogo de azar para ser visto como jogo de habilidade. Embora já tenha sido reconhecido como atividade esportiva pelo Ministério dos Esportes, e no âmbito internacional pela Federação Internacional dos Esportes da Mente (IMSA), os brasileiros ainda discutem uma regulamentação para a modalidade. Diferentemente de países como Itália, França, Noruega, Reino Unido e Canada, que já concluíram seus processos de regulamentação.
Dessa forma, o poker ao menos goza de um status legal e é considerado prática esportiva, permitindo que os jogadores possam apostar suas fichas sem a sensação de estarem cometendo uma infração.
Para a Confederação Brasileira de Texas Hold’em, (CBTH) ainda há muito o que se resolver para que o mercado do Poker possa se desenvolver plenamente no Brasil. Para Igor Trafane, diretor de assuntos estratégicos da CBTH, “o poker é uma atividade legal, mas precisa de um regulamento claro para crescer. Só assim poderemos atrair grandes empresas para investir. É algo que vai gerar receita para o governo, um plano de carreira ou regimento civil para os jogadores e dar suporte aos trabalhadores que ingressarem nesse segmento.” A regulamentação proporcionaria, por exemplo, a criação de um cadastro nacional de empresas do setor com uma classificação de atividade econômica (CNAE), tributação para clubes e sites de poker e formação de sindicatos de apostadores e outros profissionais. Tudo isso incentivaria os grandes investimentos no segmento que já mostrou o quanto pode ser lucrativo.
Por agência de marketing digital emarket