Complexa, recuperação da estufa do Jardim Botânico de Curitiba foi um “quebra-cabeça” para equipes

Complexa, recuperação da estufa do Jardim Botânico de Curitiba foi um "quebra-cabeça" para equipes
Cartão-postal da cidade e um dos atrativos mais visitados pelos turistas, a estufa do Jardim Botânico de Curitiba foi revitalizada e entregue semana passada. Curitiba, 07/11/2019. Foto: Luiz Costa/SMCS

Cartão-postal da cidade e um dos atrativos mais visitados pelos turistas, a estufa do Jardim Botânico de Curitiba foi revitalizada e entregue semana passada pelo prefeito Rafael Greca.

Em quase 30 anos, é a primeira reforma completa na estrutura de ferro e vidro, uma obra complexa, cuidadosa e cheia de minúcias devido à característica arquitetônica da construção de 1991, em estilo art-noveau.

Para a reforma acontecer foi necessário quase desmontar a estrutura, desde retirar as plantas até os vidros e pedaços de ferro apodrecidos.

Vidros: quebra-cabeça com mais de cinco mil peças diferentes

Todas as 5.236 peças de vidros que formam a estufa foram retiradas, uma a uma, para serem lavadas e recuperadas. De tamanhos e formatos variados, tiveram que ser numeradas para voltarem ao local exato.

“Nenhum vidro é igual ao outro, são medidas totalmente diferentes. Foi um sobe e desce, marca, numera, tudo bem trabalhoso e artesanal”, disse o diretor de Parques e Praças, Jean Brasil.

Para colocar as peças de volta, os trabalhadores da obra tinham poucos segundos. Eles usaram ventosas agarradas ao vidro, pressão que dura menos de 30 segundos.

Dos mais de cinco mil vidros, 1.309 tiveram que ser substituídos. Na fabricação das novas peças, a medida era seguida à risca, mesmo assim, muitas idas e vindas foram necessárias até acertar o encaixe perfeito.

Vedação: 16km de borrachas

Se fossem esticadas numa linha reta, a quantidade de borracha nova usada para vedar os vidros da estufa do Jardim Botânico iria do Terminal Santa Cândida até o bairro Portão. Foram 16 quilômetros de material colocado entre os vidros e o ferro.

Para completar a vedação que garante a climatização dentro da estufa e o desenvolvimento das plantas, foram usados quase três mil tubos de silicone.

A estufa abriga uma coleção de 2.600 plantas da Floresta Atlântica, algumas são exemplares de espécies ameaçadas de extinção na natureza, como os xaxins.

Quatro toneladas de ferro podre substituídas

As peças apodrecidas pela ferrugem foram trocadas. De perfil de ferro, que é a parte do encaixe dos vidros, saíram quatro toneladas e meia de material. Todas as calhas e rufos que fazem a drenagem da chuva que cai na estufa foram substituídas.

Cada pedaço de ferro da estrutura foi lixado à mão antes de receber tintura nova.

A tinta escolhida para essa nova fase da estufa foi epóxi, mais impermeável que a antiga de esmalte sintético. Na pintura foram usados 720 litros de tinta.

Plantas retiradas

Para a obra acontecer, a primeira tarefa foi retirada quase todas as plantas da estufa. Parte delas foram abrigadas na estufa do Horto Municipal do Guabirotuba. Todas voltaram para a estufa do Botânico depois de concluída as obras.

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