“O incremento no déficit decorreu, fundamentalmente, da redução no saldo positivo da balança comercial de bens, de US$ 5,3 bilhões [em outubro de 2018] para US$ 490 milhões [no mês passado]”, diz relatório do BC.
A balança comercial (exportações e importações de mercadorias) é um dos componentes das transações correntes. No acumulado do ano até outubro, o superávit comercial chegou a US$ 29,145 bilhões, ante US$ 43,493 bilhões, nos dez meses de 2018.
A conta renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) ficou negativa em US$ 4,856 bilhões no mês, e em US$ 46,443 bilhões de janeiro a outubro.
A conta de renda secundária (renda gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens) teve resultado positivo de US$ 73 milhões no mês e US$ 1,274 bilhão em dez meses.
A conta de serviços (viagens internacionais, transporte, aluguel de investimentos, entre outros) apresentou saldo negativo de US$ 3,581 bilhões em outubro, e de US$ 29,633 bilhões nos dez meses do ano.
Viagens internacionais
Em outubro, as despesas de brasileiros em viagem ao exterior totalizaram US$ 1,506 bilhão, resultado menor do que em igual mês de 2018, de US$ 1,603 bilhão. Ao serem consideradas as receitas de estrangeiros no Brasil e as despesas dos brasileiros no exterior, a conta de viagens registrou déficit de US$ 1,063 bilhão, em outubro, e de US$ 9,878 bilhões, de janeiro até o mês passado.
Investimento estrangeiro
Em outubro, o investimento direto no país (IDP) chegou a US$ 6,815 bilhões e acumulou US$ 62,126 bilhões, em dez meses, contra US$ 8,418 bilhões e US$ 60,789 bilhões, em iguais períodos do ano passado.
Quando o país registra saldo negativo em transações correntes, precisa cobrir o déficit com investimentos ou empréstimos no exterior. A melhor forma de financiamento do saldo negativo é o IDP, porque os recursos são aplicados no setor produtivo.