Por Marcieli Mantovani, analista de novos negócios do Consignet*
Já ouviram falar da ferramenta DISC? O Disc foi criado por William Moulton Marston, o mesmo criador do polígrafo, e nada mais é do que uma análise comportamental onde são classificados 4 estilos de comportamento: o Dominante, Influente, Estável e Cauteloso.
Vale destacar que dentre esses 4 modelos, ninguém é 100% um único estilo, somos uma mistura deles. O que determina um pouco a nossa personalidade é o fato de ser mais forte, o que chamaremos aqui de alto, em um estilo, e mais fraco, o que chamaremos de baixo, em outro estilo.
Vamos hackear cada um dos 4 estilos?
Dominante:
Este estilo está ligado aos profissionais que possuem foco em tarefas, são orientados a resultados e a objetivos. São pessoas diretas e assertivas.
O Dominante é um estilo de profissional que possui motivação para conquistar metas. Possui objetividade no que fala, são profissionais determinantes, pioneiros por terem rapidez de decisão. São pessoas muito enérgicas, gostam de correr riscos e fazer várias coisas ao mesmo tempo. Não ficam parados, diante disso, possuem menos atenção aos detalhes e estão sempre correndo contra o tempo.
Adoram ter o controle de tudo e de todos, ou seja, adoram trabalhar em equipes desde que seja o líder. Prezam muito por desafio e mudança, ambientes monótonos desmotivam este profissional, onde não se sentirá confortável.
Não são bons ouvintes, pois o seu foco não é em se relacionar com pessoas e sim em resultados. Podem tomar decisões repentinas sem pensar no que isso pode afetar outras pessoas. A palavra fracasso não existe no dicionário desta pessoa.
Definindo uma pessoa alto D em algumas palavras: Iniciador, competitivo, esforçado, inquisitivo, direto, assertivo e objetivo.
Definindo uma pessoa baixo D em algumas palavras: Moderado, tímido, calmo, reservado, despretensioso, pouco exigente e precavido.
Como identificar uma pessoa alto D? É aquela pessoa que está sempre com pressa, direta, diz o que pensa, interrompe os outros quando está falando, fala com muitas pessoas ao mesmo tempo e fica irritado facilmente.
No que um alto D manda bem? Em motivar a ação da equipe, bom para aceitar desafios e assumir a responsabilidade, gerenciar crises e solucionar problemas.
Melhorias para este estilo: Calcular melhor os seus riscos, analisar melhor as situações, trabalhar a paciência e a atenção nos detalhes, ponderar antes de tomar decisões, entre outros.
A melhor forma de se comunicar com um alto D é ser direto e específico, forneça alternativas, nunca chegue com um problema sem solução.
Exemplos de alto D: Arnold Schawarzenegger, Gordon Ramsay, Steve Jobs, Donald Trump, Hilary Clinton, Bernardinho e Darth Vader.
Influente:
Este estilo possui foco em pessoas, orientado a comunicação, alegre, sorridente, é um perfil mais otimista. Motivado por relacionamento, sociabilidade, empatia, possui muita facilidade em comunicação, flexibilidade, autoconfiança e capacidade de improvisar.
São pessoas espontâneas e entusiastas, tendem a serem populares e um ponto de referência. São pessoas muito falantes e emocionais, porém, como o alto D, também possuem dificuldade de ouvir.
Necessitam muito da aprovação social, são impulsivos e também possuem pouca atenção a detalhes. Adoram conquistar o que os outros possuem dificuldades, gostam de trabalhar com mudanças e em ambientes barulhentos. São agregadores de equipes, o seu humor contagia os outros e são ótimos para conquistar clientes.
Definindo uma pessoa alto I em algumas palavras: Influente, persuasivo, amistoso, verbal, comunicativo, positivo e otimista.
Definindo uma pessoa baixo I em algumas palavras: Introvertido, reflexivo, desconfiado, investigativo, sério e realista.
Como identificar uma pessoa alto I? São pessoas abertas e amigáveis, falam muito e alto, não focam em detalhes, não escutam por muito tempo, se dispersam muito rápido, faz as mesmas perguntas várias vezes, pula de um assunto para o outro muito fácil.
No que um alto I manda bem? Em funções que precisam se relacionar, criar um ambiente motivador, entreter as pessoas e participar de atividades em grupo.
Melhorias para este estilo: Se concentrar nas tarefas, buscar fatos, falar diretamente e respeitar a sinceridade.
A melhor forma de se comunicar com um alto I é ser amigo, ter tempo para conversar, agir descontraidamente, deixá-lo falar, dar reconhecimento e aproximar-se.
Exemplos de alto I: Jô Soares, Silvio Santos, Oprah Winfrey, Jim Carre, Bill Clinton e Han Solo.
Estável:
São pessoas com foco na harmonização, orientados a rotinas, mais pacientes e persistentes. Também possuem foco em pessoas como o alto I, porém o alto S é mais paciente.
São ansiosos por ajudar, leais, excelentes membros de equipe e falam calmamente, são confiáveis, equilibrados e evitam mudanças. Prezam pela estabilidade e não tomam decisões por impulsos e riscos. Algumas pessoas podem percebê-los como pessoas lentas, presos ao status quo, indecisos e teimosos. São mais preocupados com pessoas do que com resultados, não correm sozinhos atrás de prazos e metas.
Definindo um alto S em algumas palavras: Confiável, deliberado, amável, persistente, bom ouvinte, gentil e previsível.
Definindo um baixo S em algumas palavras: Atento, ativo, inquieto, impetuoso e impulsivo.
Como identificar um alto S? São pessoas calmas, não ficam tão entusiasmadas, são tranquilas, perguntam e questionam, possuem opinião forte e são muito atenciosas.
No que um alto S manda bem? Em atividades rotineiras, atividades que precisam de paciência, são bons ouvintes, criam um ambiente de trabalho harmonioso e são leais.
Melhorias para este estilo: Reagir mais rápido as mudanças, envolver-se em mais de uma atividade, aprender a se autopromover, pressionar menos e tomar decisões mais rápidas.
Exemplos de alto S: Madre Tereza, Michele Obama, Gandhi, Milton Nascimento, Martin Luther King e Luke Skywalker.
Cauteloso:
São pessoas com foco em fatos concretos, orientadas a regras, são lógicos e cautelosos. Possui motivação para realizar tudo com perfeição. Possui muita atenção a detalhes e grande capacidade para análise.
São as pessoas de processos e auditorias. Precisam ter controles dos ambientes e dos fatos, não gostam muito de mudança pois preferem manter a ordem. Tomam as decisões de forma racional, gostam de informações, dados e análises. Possuem foco para resultados e não para pessoas. Preferem trabalhar em silêncio, concentradas e com pessoas que possuem a mesma característica que eles. São reservadas e introspectivas.
Este perfil tende a produzir trabalho de alta qualidade por manterem muito o foco nos detalhes, tornando-se minuciosos e lentos. As outras pessoas podem ver este perfil como pessoas muito críticas, distantes, pessimistas e até mesmo fria. Dificilmente possuem atrito com outras pessoas, pois enfrentar conflitos é o receio básico dos indivíduos deste padrão. Se colocados em ambientes onde as conversas são superficiais podem se frustrar. São ótimos para estabelecer a ordem e a disciplina no local.
Definindo um alto C em algumas palavras: Disciplinado, cuidadoso, sistemático, preciso, acurado, perfeccionista e lógico.
Definindo um baixo C em algumas palavras: Firme, desafiante, obstinado, força de vontade, independente, opinante e teimoso.
No que um alto C manda bem? Em aderir diretrizes e padrões chaves, concentrar em detalhes, pensar de forma analítica, ser diplomático, analisar o desempenho e utilizar abordagem sistemática.
Melhorias para este estilo: Saber delegar mais, tomar decisões rápidas, chegar a um consenso com a oposição e incentivar o trabalho em equipe.
Exemplos de alto C: Albert Einstein, Carlos Alberto Parreira, Bill Gates, Joaquim Barbosa e C3-PO.
Não existe o estilo bom e o estilo ruim, todos possuem pontos fortes e pontos fracos, afinal, personalidades são padrões consistentes de sentimentos, pensamentos e comportamentos. O comportamento é apenas um dos itens que molda a personalidade.
O estilo não se altera, afinal ele está muito ligado na pessoa que és. Você pode se adaptar ao meio, mas não muda o seu estilo. Sabendo qual é o seu estilo, podemos utilizar as nossas forças da melhor forma e aprenderemos a mitigar as nossas fraquezas.