Paiva Netto
Tocado em meu coração pelas felicitações referentes ao transcurso do meu 65o aniversário, ocorrido a 2 de março de 2006, dirigi-me, no mesmo dia, aos ouvintes da Super Rede Boa Vontade de Rádio, agradecendo as manifestações de carinho. Na oportunidade, voltei a tecer algumas considerações sobre a passagem do Evangelho do Celeste Amigo, consoante Lucas, capítulo 10 (…). Creio ser útil trazê-las a seguir, a fim de colaborar para o esclarecimento dessa questão, aparentemente intrigante, de Jesus nos convidar, segundo certas interpretações, a manter o comportamento de trêmulos “cordeiros” diante de ferozes “lobos”. Ora, o que o Divino Senhor verdadeiramente nos propõe é ato de extrema coragem, valendo-nos de prudência, astúcia e simplicidade, na tarefa de convencer o “lobo invisível” (as almas trevosas) a não mais o ser e a tornar-se um servidor de Deus, a começar pela libertação do Espírito (ou Espíritos) a que perturbava.
Quando o Bom Pastor nos envia como ovelhas para o meio de lobos, significa dizer que Ele nos manda com o coração repleto de Sua Doutrina, de Sua Sabedoria, de Seu Amor, de Sua Coragem para elucidar os seres humanos acerca de Sua Boa Nova Redentora, e não para que nos transformemos em um bando de pusilânimes, conforme pensam alguns a respeito do Cristianismo.
Não é por pregar o Evangelho e o Apocalipse do Cristo de Deus que devemos ser tolos ou tolas, ou, usando terminologia popular, bobões. Longe disso! Dirijo-me a mulheres, homens, jovens, crianças e Espíritos, Almas Benditas, probos, capazes de entender essas minhas modestas meditações. Jesus concedeu-nos o extremado exemplo de destemor: deixou-se crucificar no Gólgota para que, com Sua Divina Luz, pudéssemos ressurgir das cinzas da ignorância espiritual e assumir a Fortaleza Dele.
Na verdade, há um objetivo central do Excelso Taumaturgo ao conduzir as ovelhas — aquelas que, sabendo ou não, fazem jus à luminosidade de Seu Novo Mandamento*1 — ao meio dos “lobos”, que andam pelo mundo perdidos nas convocações da perturbação destruidora: é o de que eles, os “lobos”, consigam sobreviver aos dramas da vida e se tornem espíritos melhores. Desta feita, quando reencarnados, sejam excelentes cidadãos, de modo que deixem de sofrer e de fazer sofrer. E, finalmente, que possam concluir que, acima de tudo, são, em essência, Espírito, filhos de Deus e que, com esse conhecimento básico, podem transformar, para melhor e para sempre, suas existências no Plano Espiritual e na Terra.
José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com
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*¹ Novo Mandamento de Jesus — Evangelho do Cristo, segundo João, 13:34 e 35; e 15:13 e 9: “Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos, se tiverdes o mesmo Amor uns pelos outros. Não há maior Amor do que doar a própria vida pelos seus amigos. Porquanto, da mesma forma como o Pai me ama, Eu também vos amo. Permanecei no meu Amor”.