Muito se discute se é ou não recomendável realizar atividade física em jejum, e até hoje não há um consenso. Porém, de acordo com estudo realizado por cientistas da saúde de duas universidades britânicas e publicado em outubro de 2019, no The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, se exercitar antes do desjejum pode beneficiar a saúde das pessoas, sendo, inclusive, um forte potencializador na queima de gordura e no controle do açúcar no sangue. “A princípio, o objetivo de quem pratica atividade física em jejum é aumentar a oxidação das gorduras corporais. Algumas pessoas vão muito bem e conseguem resultados satisfatórios, porém, outras podem ter sintomas de hipoglicemia e piora da performance”, afirma a Dra. Marcella Garcez, médica nutróloga e professora da Associação Brasileira de Nutrologia.
Durante o estudo de seis semanas, pesquisadores das universidades de Bath e Birmingham estudaram dezenas de homens com sobrepeso ou obesidade sedentários da região de Bath, na Inglaterra. O estudo mostrou que aqueles que se exercitaram antes do café da manhã queimaram duas vezes a quantidade de gordura do que aqueles que se exercitaram após uma refeição da manhã. Além disso, aqueles que se exercitaram após jejuar durante a noite tiveram níveis mais baixos de insulina durante o exercício. “As maiores conclusões deste estudo são que o horário das refeições em relação ao exercício pode ter um impacto profundo nas respostas ao exercício. Para pessoas que procuram maximizar os benefícios de saúde do exercício, realizar algumas sessões em jejum noturno, provavelmente, trará mais benefícios do que realizar todas as sessões após o café da manhã”, destaca a nutróloga.
Segundo a Dra. Marcella, os próximos passos devem incluir a exploração dos efeitos a longo prazo desse tipo de exercício e verificar se as mulheres se beneficiarão da mesma maneira que os homens. Porém, a médica reforça: “A prática de exercícios físicos sem acompanhamento médico e realização de exames prévios não é recomendada, principalmente em jejum. Consulte-se com um especialista; ele esclarecerá suas dúvidas e indicará qual o método mais recomendável de acordo com suas necessidades”, finaliza.
FONTE: DRA. MARCELLA GARCEZ, Médica Nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da ABRAN. A médica é Membro da Câmara Técnica de Nutrologia do CRMPR, Coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrologia do Paraná e Pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo.
Link Estudo: https://academic.oup.com/jcem/
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