Anvisa aprova medicamento que reduz em mais de 45% as crises de dor causadas pela doença falciforme

Crizanlizumabe é o primeiro tratamento registrado a reduzir as crises de dor dos pacientes com a doença genética considerada a mais comum do Brasil[1,2]
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro do medicamento Adakveo® (crizanlizumabe), da Novartis, para reduzir a frequência de crises vaso-oclusivas (CVOs – ou VOCs, em inglês) ou crises de dor em pacientes com doença falciforme, que tenham 16 anos ou mais.6 Adakveo® é o primeiro medicamento registrado para a condição que atua evitando a obstrução dos vasos que causam o forte sintoma – agindo na P-selectina, proteína de adesão celular que desempenha papel central nas interações multicelulares.[7,8]

Renato Carvalho, presidente da Novartis no Brasil e general manager da divisão da Oncologia, aponta que a revisão prioritária da Anvisa comprova a importância desse medicamento para os pacientes que enfrentam desafios únicos e há anos sofrem com dores inimagináveis. “Confirmando mais uma vez o nosso compromisso de reimaginar a medicina, desenvolvemos o primeiro medicamento que reduz a frequência das crises, o que permite uma melhora considerável na qualidade de vida dos pacientes”.

Esta aprovação é baseada nos resultados do estudo randomizado SUSTAIN, com duração de 52 semanas, que comprovou que o Adakveo® reduziu em 45,3% a taxa média anual de crises de dor. Foram observadas reduções na frequência dos episódios entre os pacientes, independentemente do genótipo da doença e/ou uso de hidroxiureia.[4,6]

“Os pacientes sofrem com crises de dor muitas vezes negligenciadas e, até então, sem solução que amenizasse esse sintoma que limita tanto a vida da pessoa”, afirma André Abrahão, diretor médico da Novartis Oncologia no Brasil. “Após décadas esperando novidades no tratamento, os pacientes com doença falciforme agora têm uma opção inovadora que os permite retomar sua rotina.”

Considerada a característica clínica da doença, as crises de dor relacionadas à doença falciforme são desencadeadas, em parte, por interações multicelulares que formam aglomerados de células, que podem bloquear ou reduzir o fluxo sanguíneo de diversos órgãos.[3,9] Essas crises podem ser frequentes e repentinas e estão associadas a um risco aumentado de complicações com risco de vida, como de ter um Acidente Vascular Cerebral (AVC).3 Além disso, são a principal razão pela qual os pacientes com doença falciforme vão ao pronto-socorro e são hospitalizados.[9]

Sobre a doença falciforme

A doença falciforme é uma condição hereditária (que passa dos pais para os filhos) e debilitante que vai além dos glóbulos vermelhos em forma de foice. A doença está associada à inflamação crônica, relacionada a moléculas de adesão, incluindo a P-selectina, que está elevada nessa situação e propicia que as células circulantes e as células dos vasos sanguíneos sejam ativadas e se tornem hiperadesivas, causando uma obstrução. Essa condição pode levar a episódios agudos de dor, conhecidos como crises de dor falciforme ou CVOs, além de complicações com risco de vida.[3,9,10] As CVOs são a principal causa pela qual os pacientes com doença falciforme procuram atendimento médico em hospitais9, levando a aproximadamente 200 mil visitas de emergência nos EUA por ano.[11,12]

Sobre Adakveo®

Adakveo® (crizanlizumabe) é indicado para reduzir a frequência de CVOs ou crises de dor em pacientes com doença falciforme adultos e pediátricos com 16 anos ou mais. É a primeira e única terapia-alvo que age na P-selectina, uma proteína de adesão celular que desempenha um papel central nas interações multicelulares que podem levar à obstrução de vasos dos pacientes com doença falciforme.

Ao se ligar à P-selectina na superfície do endotélio e plaquetas ativados, o crizanlizumabe bloqueia as interações entre células endoteliais, plaquetas, glóbulos vermelhos e leucócitos.[6]

Sobre o estudo SUSTAIN

O SUSTAIN é um estudo randomizado, multicêntrico, controlado por placebo e duplo-cego. Um total de 198 pacientes com qualquer genótipo de doença falciforme (HbSS, HbSC, HbS / beta0-talassemia, HbS / beta +-talassemia e outros) e um histórico de 2 a 10 CVOs nos 12 meses anteriores foram elegíveis. Os pacientes foram randomizados 1:1:1 para Adakveo® 5mg/kg, Adakveo® 2,5mg/kg ou placebo administrados durante um período de 30 minutos por infusão intravenosa na semana 0, semana 2, e a cada 4 semanas depois, por um período de 52 semanas.

Resultados adicionais do estudo SUSTAIN:[6]

• Diminuição na taxa média anual de dias hospitalizados para 4 vs 6,87 dias quando comparada ao placebo (redução de 42,8%).

• Trinta e seis por cento dos pacientes tratados com Adakveo® não tiveram CVO, em comparação com 17% dos pacientes tratados com placebo.

• O tempo médio para o primeiro CVO foi de 4,1 para Adakveo® vs 1,4 meses para placebo.

Sobre a Novartis
A Novartis está reimaginando a medicina para melhorar e ampliar a vida das pessoas. Como empresa líder global em medicamentos, utilizamos ciência inovadora e tecnologias digitais para criar tratamentos transformadores em áreas de grande necessidade médica. Em nossa busca por novos medicamentos, estamos constantemente classificados entre as principais empresas do mundo que investem em pesquisa e desenvolvimento. Os produtos da Novartis alcançam mais de 750 milhões de pessoas em todo o mundo e estamos encontrando maneiras inovadoras de expandir o acesso aos nossos tratamentos mais recentes. Cerca de 105 mil pessoas de mais de 140 nacionalidades trabalham na Novartis em todo o mundo. Saiba mais em http://www.novartis.com.

Referências:
[1] Ministério da Saúde – Secretaria de Atenção à Saúde Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Portaria conjunta número 05, de 19 de fevereiro de 2018: Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Doença Falciforme.
[2] Cançado, R; Jesus, J. A. A doença falciforme no Brasil. Rev. bras. hematol. hemoter. 2007;29(3):203-206
[3] Steinberg M. Management of sickle cell disease. N Engl J Med. 1999;340(13):1021-1030.
[4] Ataga KI, Kutlar A, Kanter J et al. Crizanlizumab for the prevention of pain crises in sickle cell disease. N Engl J Med. 2017;376(5):429-439.
[5] American Society of Hematology. State of sickle cell disease 2016 report. http://www.scdcoalition.org/pdfs/ASH%20State%20of%20Sickle%20Cell%20Disease%202016%20Report.pdf. Accessed October 24, 2019.
[6] Adakveo (crizanlizumab) prescribing information. East Hanover, New Jersey, USA. Novartis Pharmaceuticals Corporation; November 2019.
[7] Rees DC, Williams TN, Gladwin MT. Sickle-cell disease. Lancet. 2010;376(9757):2018-2031.
[8] Lawrence MB, Springer TA. Leukocytes roll on a selectin at physiologic flow rates: distinction from and prerequisite for adhesion through integrins. Cell. 1991;65(5):859-873.
[9] Gutsaeva D, Parkerson J, Yerigenahally S, et al. Inhibition of cell adhesion by anti–P-selectin aptamer: a new potential therapeutic agent for sickle cell disease. Blood. 2011;117(2):727-735.
[10] Sparkenbaugh E, Pawlinski R. Interplay between coagulation and vascular inflammation in sickle cell disease. Br J Haematol. 2013;162(1):1-22.
[11] Ballas SK, Gupta K, Adams-Graves P. Sickle cell pain: a critical reappraisal. Blood. 2012;120(18):3647-3656.
[12] Yusuf HR, Atrash HK, Grosse SD, Parker CS, Grant AM. Emergency department visits made by patients with sickle cell disease: a descriptive study, 1999-2007.Am J Prev Med. 2010;38(Suppl): S536-S541. Leila.Justo@edelman.com

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