Com alta demanda no trabalho a distância, em transações on-line e utilização da capacidade instalada, empresas buscam executivos para acelerar projetos de infraestrutura, reforçar segurança de dados e ampliar suporte técnico
A pandemia do novo coronavírus está provocando uma nova onda de contratações de profissionais de tecnologia. É o que aponta o PageGroup, referência mundial em recrutamento especializado de executivos de todos os níveis hierárquicos. De acordo com a consultoria, a alta demanda no trabalho a distância, em transações on-line e na capacidade instalada fez com que as empresas acelerassem a busca por executivos que possam conduzir projetos de infraestrutura, reforçar a segurança de dados e administrar o suporte técnico.
“Alguns setores, como os de saúde, e-commerce e alimentação, estão sendo muito demandados nesse momento, mas já há casos de outros segmentos buscando mais profissionais de tecnologia. Em geral, essas companhias estão de olho em executivos de infraestrutura e redes, para que possam suportar a estrutura de tecnologia em um momento de alta utilização de equipamentos. Em um cenário de missão crítica, a tecnologia passa a ser primordial”, explica Luana Castro, gerente da área de TI da Michael Page e Page Personnel. “Seguindo a mesma lógica, o segmento de comércio eletrônico também apresenta alta. Com as pessoas em quarentena, as compras on-line passam a ser a primeira opção de todo consumidor. Vale também para startups e empresas de mobilidade e logística. Grande parte das empresas opta por continuar as contratações de engenheiros de software afim de manter a plataforma funcionando e com boa operacionalização com a alta demanda”, completa.
Veja abaixo quais são os profissionais de tecnologia mais demandados neste momento. Os cargos considerados nessa lista contemplam média e alta gerência e níveis técnico e de suporte à gestão.
Para chegar a essa lista, o PageGroup consulta permanentemente empresas de todos os portes (pequena, média e grande) em 14 setores de todo o Brasil. A partir dessa conversa e do entendimento das reais necessidades de contratação, os consultores consolidam essas informações e produzem a relação final dos cargos com maior possibilidade de demanda das empresas.
Confira a lista:
Cargo: Analista/Especialista de Infraestrutura e Redes
O que faz: responsável por suportar e garantir o funcionando dos softwares, sistemas e toda a infraestrutura de redes de uma empresa, incluindo servidores e bancos de dados de projetos e/ou sistemas existentes na empresa.
Perfil da vaga: importante que o profissional tenha experiência em operações com redes de dados e/ou afins, além de administração de infraestruturas em geral (ou específica de cada empresa). Experiência com implantação de projetos e certificações são diferenciais.
Salário: R$ 8 mil a R$ 12 mil
Motivo para alta: diante do cenário de Covid-19, centenas de empresas tiveram que migrar rapidamente para o home office e, assim, aumentou-se a necessidade de profissionais especializados em Infraestrutura e Redes com o intuito de suportar todos os acessos remotos com acesso à internet e sistemas remotamente. Além disso, segmentos que são considerados de missão crítica, como saúde, comercio eletrônico e mercado financeiro exigem mais atenção ainda à qualidade dos acessos para que nada saia do ar e atrapalhe as operações diárias.
Perfil: Analista de Suporte e Service Desk
O que faz: Administra solicitações, problemas e mudanças, analisa chamados, realiza testes e identifica a solução de problemas. Instala e presta assistência aos sistemas operacionais e técnicos.
Perfil da vaga: Conhecimento em tecnologia em geral, infraestrutura e redes. Atenção, comunicação e disponibilidade são competências comportamentais importantes para o cargo. O inglês avançado na maioria dos casos é um grande diferencial.
Porque está em alta: Diante do cenário atual, muitas empresas que ainda não possuíam política de home office, tiveram que migrar rapidamente para o modelo e não estavam preparadas para toda uma operação trabalhando de forma remota. Surge então uma alta demanda de chamados, adaptação de bugs e atendimento aos usuários – que com a distância, acabam precisando de suporte muitas vezes durante o trabalho.
Remuneração: 4 a 6k.
Cargo: Analista de Cyber Security
O que faz: profissional atua dentro do time de segurança cibernética e, apesar de ter diferentes enfoques dependendo do segmento da empresa, de forma genérica, é responsável pela análise de ataques, planejamento e execução de ações de contenção e recuperação de ambientes afetados.
Perfil da vaga: profissionais que possuam conhecimento em soluções de segurança, sistemas operacionais, bancos de dados e redes.
Salário: R$ 7 mil a R$ 11 mil
Motivo da alta: o movimento de contratação desses profissionais já estava em alta diante da implantação da LGPD no Brasil em 2020. Com a chegada da pandemia e a mudança rápida para modelo de home office, as empresas que ainda não estavam preparadas no que se refere a processos de segurança da informação, sofrem com ataques e fraudes. As empresas aceleraram as buscas a fim de evitar eventuais fraudes e/ou perda de informações sigilosas.
Cargo: Líder de Cyber Security
O que faz: profissional responsável por liderar a área de segurança da informação e segurança cibernética, entendendo necessidades do negócio e implementando ações e políticas de segurança, assim como implantar ferramentas, estratégias e metodologias que envolvam a proteção de dados e informações da companhia.
Perfil da vaga: os profissionais dessa área em geral possuem histórico de tecnologia e estudos e conhecimentos em políticas de governança, gestão de segurança da informação, riscos e auditoria.
Salário: R$ 25 mil a R$ 35 mil
Motivo da alta: profissionais já em alta desde meados de 2019, as empresas vinham agilizando as buscas por profissionais executivos com alto nível de conhecimento em segurança da informação e crimes cibernéticos. Com a pandemia, muitas empresas aproveitam o cenário para buscarem os melhores profissionais do mercado, evitarem crises de fraudes e vazamento de informações e já aproveitam para preparar a empresa para uma possível transformação digital e consequentemente desenho de novas políticas e processos de segurança.
Cargo: Especialista em Cloud
O que faz: propõe soluções de arquitetura para infraestrutura de TI em nuvem, observando aspectos como conectividade, segurança, fluxo de dados e continuidade.
Perfil da vaga: experiência e conhecimento em cloud computing, arquitetura híbrida para serviços e arquitetura de datalake e banco de dados distribuídos são os conhecimentos mais procurados.
Salário: R$ 14 mil a R$ 19 mil
Motivo da alta: As empresas tiveram que correr contra o tempo para se adaptarem a um novo formato de trabalho em home office, com isto, muitos projetos de transformação digital e migração de sistemas para cloud que já estavam sendo analisados, foram agilizados. Os especialistas em Cloud (geralmente com foco em AWS ou Azure) apoiam as companhias na sustentação saudável da operação remota e garante que todos os sistemas em cloud funcionem bem e não atrapalhem o dia a dia da operação.
Cargo: Líder em Data Science
O que faz: profissional focado em ciência de dados e engenharia de dados com o objetivo de prover insights e informações para definição de estratégias de negócio para direcionamento das decisões das companhias.
Perfil da vaga: formação acadêmica em exatas como Matemática, Estatística e Física são diferenciais, além de experiências com BI, Analytics e Engenharia de dados.
Salário: R$ 19 mil a R$ 29 mil
Motivo da alta: um dos perfis mais requisitados do mercado, independente do segmento, continua em alta. No novo cenário, os profissionais focados em trazer inteligência e estratégia para as companhias são ainda mais desejados, uma vez que podem ajudar as empresas a encontrar o melhor caminho de operação em um cenário de incerteza. Análise inteligente dos dados nunca foi tão importante e ajuda ainda mais as empresas a se direcionarem no cenário de pandemia e crise econômica. ricardo.morato@conteudonet.com