Mais de 26% dos atletas que participaram do Campeonato Brasileiro de Futebol de 2016 apresentaram alguma lesão durante o torneio. Foram registradas 312 lesões, 0,82 lesão por partida. O risco de sofrer lesão foi 3,6 vezes maior para os jogadores de meio-campo, do que para os goleiros.
O estudo, publicado na revista da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT – é assinado por Diogo Cristiano Neto, professor do Curso de Especialização em Futebol da Universidade Federal do Rio de Janeiro e mais cinco especialistas: Gustavo Gonçalves Arliani, Edilson Schwansee Thiele, Monica Nunes Lima Cat, Moises Cohen e Jorge Roberto Pagura.
O registro das lesões foi realizado pelo médico responsável de cada equipe que disputou o campeonato, valendo-se de um sistema online de mapeamento de lesões da Confederação Brasileira de Futebol. O trabalho analisa ainda a gravidade das lesões, o tempo médio de recuperação dos atletas e a parte do corpo atingida.
O maior índice de lesões foi na coxa, 41%, seguida pelo tornozelo, 10,8%, pelo joelho e cabeça, com 7,8% das lesões, enquanto as áreas menos lesionadas foram o tendão de Aquiles, a coluna, pescoço e cotovelo, com 0,4% das lesões.
No trabalho os autores destacam que tem sido difícil no futebol atingir um ponto de equilíbrio entre o preparo e as exigências dos atletas. O problema é que se o avanço da medicina esportiva leva ao melhor conhecimento da fisiologia do esforço e permite protocolos específicos individualizados para cada atleta, o excesso de jogos e de treinamentos colocam o atleta nos limites de ocorrência de lesões musculares e articulares.
Mais importante revista de Ortopedia
A RBO, onde o artigo foi publicado, é a mais importante revista científica sobre Ortopedia publicada no Brasil. Editada há mais de 50 anos e distribuída para quase mil ortopedistas associados da SBOT, tem como objetivo divulgar artigos que contribuam para a melhoria e desenvolvimento da prática, pesquisa e ensino de Ortopedia e campos correlatos.
Com versão online tanto em português como em inglês, para facilitar a busca por pesquisadores estrangeiros, a última edição da publicação trouxe, por exemplo, artigos sobre lesões por armas de fogo em crianças e adolescentes, estudo sobre osteomielite crônica pós-operatória nos ossos longos e sobre cirurgia em metástase vertebral.