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Empresas podem minimizar impactos com medidas de reação frente à crise provocada pela Covid-19

Especialista elenca ações para sobrevivência, reestruturação e retomada dos negócios

A situação que se coloca no mundo dos negócios, na atualidade, é ímpar. Nunca se viu ou sequer se projetou uma mobilização igual ou similar a esta provocada pela pandemia do coronavírus. Especialistas, das mais diversas áreas ligadas à economia, acompanham os resultados em todo o planeta e, na China, primeiro país a registrar a doença, o histórico indica ao menos três meses de isolamento social. “Defender a saúde das pessoas é a principal medida no momento, porém, o exemplo chinês, também indica que desde já é necessário planejamento para que esse vírus não seja fatal para as empresas. O tempo de reação de cada uma será decisivo para sua sobrevivência” ressalta Fabiano Souza, estrategista em administração de empresas da Trajetória Consultoria.

Os indicadores chineses sinalizam a atenção que as empresas merecem para sobreviver à crise da Covid-19. A empresa Tianyancha, que compila dados públicos sobre o setor, divulgou um levantamento que aponta que mais de 460 mil empresas chinesas fecharam as portas permanentemente durante o primeiro trimestre deste ano. No mesmo período, de janeiro a março, 3,2 milhões de novos negócios foram abertos na China, uma queda de 29% na comparação com o ano anterior.

No Brasil, as dificuldades atingem todos os setores. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) informou esta semana que a produção nacional de automóveis em março teve queda de 21,1%, em relação a março de 2019. De acordo com o Sindicato Nacional de Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), das 64 empresas produtoras de veículos que possuem plantas no país, 63 estão com as áreas de produção completamente paradas na primeira semana de abril. A consequência lógica foi o desencadeamento de paradas forçadas em toda a cadeia de abastecimento. O mercado financeiro se refere aos impactos do momento como “risco sistemático”, ou seja, é um risco que afeta toda a economia e todas as empresas e, independente do tamanho, sofrerão os reflexos dessa paralisação mundial. Todas as cadeias produtivas de todos os portes serão afetadas, mas a reação, hoje, será o diferencial que vai salvaguardar o negócio, no futuro próximo.

 

Gestão de crise, gestão da intervenção e gestão estratégica

As ações a serem tomadas para a reação diante da pandemia podem ser definidas em três momentos: gestão de crise, gestão da intervenção e gestão estratégica. “Cada uma dessas medidas exige foco e acompanhamento diário, além de um monitoramento do mercado como um todo, para avaliar se o fluxo interno da empresa segue o mesmo sentido da economia mundial”, explica Souza.

A primeira fase caracterizada como a gestão da crise, estabelece um grupo cujo enfoque estará no bem-estar das pessoas, organização de trabalho remoto (a quem possível) e moral do time. “Paralelamente conduzimos um plano severo de caixa, em alguns casos baseados em recursos próprios e em outros, com o auxílio de medidas governamentais e/ou instituições privadas. O time de contenção precisa estar mobilizado, direcionado e acompanhando a evolução da crise para tomadas de decisão rápidas e diárias”, resume Fabiano Souza.

Assim que esta primeira organização estabilizar, os gestores devem organizar a segunda etapa: gestão da intervenção. A sugestão do estrategista é que sejam construídos cenários diferentes, preparando para a retomada, ou seja, minimamente três visões são necessárias para um futuro de curto prazo. Alguns fatores conhecidos direcionaram a priorização da intervenção tais como: falta de dinheiro no mercado, desconfiança de crédito, necessidade de fortalecer vendas, e automatizar/digitalizar processos. E desta maneira ele conclui as recomendações, ressaltando que a gestão estratégica terá seu rumo corrigido assim que o ambiente, a médio prazo, esteja mais claro.

Importante entender que o vento está contrário, mas como na navegação, é possível velejar, desde que se prepare e mude as velas para enfrentar a intempérie. “Ainda, para que todos entendam que o futuro existirá, embora diferente do que conhecemos, comunicamos que o planejamento de três anos de uma empresa será retomado assim que a normalidade voltar a se estabelecer, porém, haverá um elemento novo – “Efeitos da Covid 19” – que será um dado vital de entrada para o que estará acontecendo”, orienta Fabiano Souza, da Trajetória Consultoria.

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