Grupo francês compra a paranaense Laborclin, líder do mercado nacional em microbiologia

Prédio administrativo e indústria da Laborclin, em Pinhais (PR): portfolio da empresa é de mais de 2.300 clientes entre laboratórios de análises clínicas e indústrias
Créditos: Divulgação

Em meio à crise mundial que se instalou com a pandemia do novo coronavírus, uma aquisição fechada na segunda quinzena de março movimenta justamente o mercado da saúde. A francesa Solabia Group comprou a líder do mercado nacional em microbiologia, Laborclin. A negociação começou em julho de 2019 e seguiu a passos largos nos últimos meses. Atualmente, a empresa francesa, que é especializada em manufatura de matérias-primas para os setores de cosmética, farmácia, nutrição, biotecnologia e diagnóstico, é fornecedora da brasileira.

O anúncio da nova aquisição acontece quase um ano após a compra da empresa de biotecnologia israelense, Algatech, pelo grupo francês. Ao redor do mundo, a Solabia tem sete unidades de produção e quatro de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento). Um desses postos de desenvolvimento de novas tecnologias está em Maringá, em uma área de 9.500 metros quadrados. Esse investimento em pesquisa e automação será aplicado à Laborclin, o que deve garantir mais segurança e aumentar a escala no processo de produção.

“Com a aquisição, as marcas serão mantidas e o portfolio cresce dos dois lados, ampliando a possibilidade de vendas, inclusive internacionais”, conta Carlos Eduardo Vianna, presidente da Laborclin. Hoje, a empresa brasileira produz, por ano, dez milhões de placas com meios de cultura para testes – número que deve crescer 40% nos próximos 12 meses e triplicar em três anos.

Outro foco da Laborclin é a solução para testes de tolerância e glicose em diabéticos: são mais de dois milhões de testes por ano. O crescimento nesse ramo deve chegar a 60% em 2021.

Empresas familiares, crescimento global

Carlos Eduardo Vianna, presidente da Laborclin, diz que, com a aquisição, as marcas serão mantidas e o portfolio cresce dos dois lados
Crédito: Felipe de Souza

Tanto Solabia quanto Laborclin têm em comum a origem como empresas familiares que se profissionalizaram para manter o crescimento. “O objetivo é fazer a Solabia mais forte, mais independente e altamente respeitada, mas se manter como uma organização familiar. O crescimento orgânico é uma forma de alcançar isso, mas não é suficiente. Aumentar a presença por meio de aquisições pode ser indispensável”, diz Gerard Josset, CEO que está à frente do grupo francês desde a fundação, em 1972.

Com a compra da Laborclin, a Solabia ganha um portfolio de mais de 2.300 clientes entre laboratórios de análises clínicas e indústrias, espalhados por todo Brasil, além de um mercado de exportações em países como Argentina, Uruguai, Panamá, República Dominicana e África do Sul. E isso será possível sem a necessidade de investimentos em novas unidades de produção. A companhia paranaense foi fundada em 1968 e vem num processo de profissionalização da empresa familiar há cinco anos. Vianna será mantido no comando da Laborclin.

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