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WhatsApp na Escola: 3 principais dúvidas e estratégias para não errar no seu uso

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Josemary Morastoni*

Uma das ferramentas de comunicação mais utilizadas no mundo é o WhatsApp, independente do contexto social, faixa etária e nível de formação, portanto, faz parte da nossa rotina social.

E, como já sabemos, o papel da escola é trazer a realidade da sociedade para dentro dos seus muros, mas, nesse caso, é algo que precisa ser pensado com muita cautela. Pois, mesmo que ele faça parte das nossas rotinas sociais, isso não significa que ele deve estar presente na rotina escolar com a mesma intensidade.

Na maioria das escolas brasileiras, a ferramenta é muito utilizada por pais, professores e equipe pedagógica, que não necessariamente, sejam administrados pela instituição, mas que a envolve de alguma forma.  Pesquisas apontam que seis em cada dez escolas, já tiveram problemas mais graves com a utilização destes grupos, por veicularem conteúdos não coerentes ou relacionados ao âmbito escolar, gerando algum tipo de atrito entre os participantes.

Por isso, devemos refletir e avaliar de forma criteriosa o uso dessa ferramenta para a comunicação entre professores, pais e até alunos. Onde usá-la deve ser uma decisão institucional, com diretrizes bem definidas e tomando alguns cuidados essenciais.

Assim, resolvi listar as três principais fontes geradoras de conflito e uma estratégia para cada uma delas:

 

1 – Na instituição em que trabalho já existe um grupo de WhatsApp, como proceder?

 

É importante ressaltar, os grupos de WhatsApp que envolvem a instituição podem ter somente três finalidades: promover a troca de experiência entre as equipes, para informações oficiais ou para um projeto específico da instituição, que necessite de um formato colaborativo.  E, em todos os casos deve haver um moderador, que esteja sempre atento ao conteúdo postado. Esse papel de moderação cabe ao gestor ou a alguém de sua confiança. Caso não seja este o propósito, a recomendação é que não se utilize o WhatsApp e sim outra ferramenta de comunicação.

 

2 – Meu professor criou um grupo, e agora?

 

Se alguma pessoa da sua equipe criar um grupo com pais ou alunos para tratar de assuntos relacionados a escola, é o nome da sua instituição que está em jogo, portanto, qualquer discussão, divergência ou polêmica que ocorra com o grupo, podem prejudicar a instituição. Desta forma não é adequado um professor ou pedagogo tomar tal iniciativa para comunicação com os pais, ou entre os alunos de forma deliberada. Se o grupo já foi criado, reúna sua equipe e discutam o assunto, avalie se este grupo é pertinente ou não. Se for de extrema importância, e se o moderador é de sua confiança deixou a proposta e as regras claras para os participantes, o grupo permanece, mas, deixe claro para sua equipe, que isto é de responsabilidade da gestão, e, se houver alguma outra necessidade semelhante, o tema precisa ser trazido para discussão com o grupo.

 

3 – Um grupo de WhatsApp mesmo controlado pode ser inconveniente?

 

Sim, pode. O primeiro ponto é que um dos grandes problemas do aplicativo é que uma mensagem enviada pela direção para informar algo específico, pode gerar um volume de mensagens que questionem ou gerem alguma conversa aleatória, aumentando e muito o número de mensagens naquele grupo, o que dificulta achar alguma mensagem específica, como um horário, endereço ou informação dada. Mesmo sabendo que o aplicativo tem um mecanismo de busca, é desagradável abrir o WhatsApp e achar 100 ou mais mensagens, sendo que o importante seriam uma ou duas delas perdidas pelo meio das demais. Portanto, lembre-se de que precisa ser o mais objetivo possível na informação, e evitar alongamentos. Se usar um grupo de WhatsApp na escola, seja direto.

Outro ponto que demanda cuidado é: antes de adicionar membros, confirme com eles se querem participar, já que os seus números ficarão expostos, dando assim a condição de outros membros terem acesso aos números de telefones.

Vale lembrar também que o principal canal para dar um feedback aos pais, professores, alunos e equipe é a conversa, pessoal, reservada, com linguagem e condução específica para cada pessoa que recebe este feedback, o que não é feito pela ferramenta.

Portanto, é possível usar a ferramenta, sempre com muito cuidado e com objetivos bem definidos.

E lembre-se, um grupo da instituição, é usado para tratar de assuntos institucionais, evite qualquer outro tipo de tema. Como diz o ditado: “é melhor prevenir do que remediar”.

*Josemary Morastoni é pedagoga, especialista em formação de professores e Coaching Educacional, mestre e doutoranda em Educação e diretora da Faculdade Positivo Londrina.

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