Publicitária curitibana que defende mestrado na França fala sobre Podcast

Os estragos que a pandemia do Covid-19 vem fazendo em todos os segmentos desde pequenas até grandes corporações passando por profissionais liberais e outras atividades como centros comerciais, academias e restaurantes, são bem visíveis.

Desta forma, com suas atividades afetadas, e cada um na sua casa, a saída esta sendo aprender a operar sem  o contato presencial, buscando alternativas com o recursos tecnológicos. E as ferramentas são infinitas, Facebook, Instagram, Youtube, Twitter. Dentre tantas possibilidades advindas com a tecnologia uma delas que volta ganhar espaço é o podcast, mídia considerada como um aprimoramento do rádio e que se adapta aos ouvintes cada vez mais  ativos e seletivos na comunicação.

Essa comparação com o rádio é justificada pelo fato do podcast utilizar formatos e linguagens semelhantes as do rádio, porém com uma proposta diferenciada. Embora o surgimento do podcast não seja tão recente, ele volta a estar nos holofotes dos profissionais de comunicação, marketing, jornalismo e também de profissionais liberais que buscam utilizar essa ferramenta como uma forma de divulgação de cursos e aulas.

PODCAST NA CIBERCULTURA

Em função disso, o jornalista Luiz Augusto Juk  manteve contato com a jovem curitibana Mayara Assad, publicitária e pós graduada em Gestão de Marketing pela Universidade Positivo e mestranda em International Business na Universidade de Versailles, na França. Sua monografia apresentada como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Comunicação Social – Habilitação em Publicidade e Propaganda da Escola de Negócios da Universidade Positivo, teve como título “A Linguagem Radiofônica em Podcasts Brasileiros: Um Estudo de Caso do Storytelling Projeto Humanos”. 

Publicitária Mayara Assad

Segundo a publicitária, “ainda que o podcast tenha surgido em um contexto histórico completamente diferenciado do rádio, apresenta características semelhantes a linguagem radiofônica. Ambas as mídias são um resultado dos avanços tecnológicos e das consequentes mudanças comportamentais dos ouvintes que, no caso do podcast, pertencem a uma sociedade imersa na cibercultura

E acrescenta: “O podcast pode ser considerado um aprimoramento do rádio, adaptando-se aos ouvintes cada vez mais ativos e seletivos no processo comunicacional. Para tanto, se utiliza de formatos e linguagens semelhantes ao rádio, como por exemplo, os podcasts em formato storytelling, semelhantes a linguagem das radionovelas.”

TECNOLOGIA ALINHADA COM A TRADIÇÃO

Para Assad, ainda que o podcast tenha surgido em um contexto histórico completamente diferenciado do rádio, ambos apresentam características semelhantes. A linguagem radiofônica utilizada em programas de humor ou no radiojornalismo de entrevista, por exemplo, pode ser comparada a linguagem clássica do podcast, também chamada de “mesa de bar”. Em ambos os casos, exige-se do locutor e do hostno caso do podcast – um domínio na condução do programa, que geralmente conta com  mais de uma pessoa.”

Segundo a profissional de comunicação, “o podcast surge em um contexto tecnológico mais desenvolvido que o rádio, onde a Web 2.0 e a cibercultura estão presentes, contudo, apesar disso, possui inúmeras semelhanças com a linguagem das primeiras rádios. O compromisso com a objetividade das rádios de freqüência modulada das rádios atuais, não se faz presente no podcast, fato que o assemelha as rádios de amplitude modulada. Ou seja, apesar de aparatos tecnológicos mais desenvolvidos, a linguagem do podcast e das rádios de tecnologia primitiva são muito semelhantes.”

LINGUAGEM CORPORATIVA

“Os jingles e comerciais veiculados em rádios, apesar do mesmo propósito, ganham um novo nome e linguagem no podcast: linguagem corporativa. Outras semelhanças em relação a outros formatos de ambas as mídias podem ser percebidas entre os radiodocumentários e radionovelas com a linguagem storytelling, que ganha cada vez mais espaço na podosfera brasileira. Tanto no storytelling, quanto nos radiodocumentários, se faz necessário um trabalho aprofundado de pesquisa, além de roteiros pré definidos e um domínio por parte do locutor em relação ao assunto que será abordado”, enfatiza.

Mais adiante Maryara Assad, comenta que “apesar de algumas diferenças, a essência do storytelling e da linguagem radiofônica se faz presente em ambos os casos. Esse fato é comprovado pelo estudo de caso do podcast Projeto Humanos, um documentário que utiliza o storytelling e elementos da linguagem radiofônica para conquistar a atenção do público.

Assim como nas rádios AM, Ivan Mizanzuk, idealizador do Projeto Humanos se mantém fiel as raízes da programação jornalística, além de cumprir o processo de pesquisa adequado ao gênero documentário. Mizanzuk, além de narrador e idealizador, trabalha ativamente do processo de edição, fato que resulta da falta de uma grande equipe para auxiliá-lo, assim como acontece nas rádios AM.

E finaliza : “Se considerarmos a lógica do desenvolvimento do rádio, o podcast no Brasil, ainda em fase de maturação, irá atingir o seu ápice em breve através de uma “Era  de Ouro do Podcast, aumentando sua popularidade, audiência e investimentos.”

 

 

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