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Toda crise traz oportunidades. Para a construção civil também

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Sandro Sadao Nagata*

 

De forma gradual, a pandemia trouxe três realidades que impactaram a grande maioria dos segmentos: a preocupação extra e necessária com a saúde pública, a redução da demanda de compra e a paralisação das atividades. O impacto econômico e social da Covid-19 atinge também a construção civil, por mais que o setor tenha sido classificado como serviço essencial em algumas cidades brasileiras.

Em um período usual, a construção de um empreendimento depende de colaboradores, desde os engenheiros e arquitetos que projetam e supervisionam o andamento da obra, até pedreiros, eletricistas, carpinteiros, encanadores e outros profissionais que colocam a mão na massa. Depende ainda de fornecedores, que precisam cumprir os prazos estabelecidos com os materiais corretos, na quantidade solicitada. A junção de todas as etapas segue um cronograma planejado minuciosamente, para atender às expectativas dos clientes quanto ao prazo, a qualidade e a segurança do empreendimento.

Neste momento atípico, a pandemia exige uma adaptação rápida e eficaz do cronograma, do plano de trabalho e das estratégias, para manter o compromisso assinado com o cliente e a perenidade da marca. Na maioria das construtoras, o quadro de colaboradores e as atividades do dia a dia tiveram que ser reorganizadas, seguindo as determinações dos órgãos da saúde. Muitos trabalhadores, peças fundamentais dos projetos, deverão permanecer em casa por mais um tempo ainda para amenizar os riscos. Em relação aos suprimentos, estamos trabalhando em acordos comerciais que visem melhorar cada vez mais a gestão do caixa e a eficiência operacional. É preciso avaliar a redução de custos de acordo com a produtividade, minimizando desperdícios e otimizando os produtos.

Na área da engenharia, por exemplo, é possível trabalhar com uma gestão integrada, utilizando o recurso do Building Information Modeling (BIM), ou modelagem de dados de construção. A tecnologia permite integrar todas as áreas envolvidas no projeto em uma única plataforma, que reúne informações relativas às etapas produtivas, em um modelo tridimensional. Assim é possível melhorar o orçamento, planejamento e diminuir as incompatibilidades entre os projetos, com o intuito de reduzir as assistências técnicas e, assim, aumentar a satisfação do cliente.

A gestão ágil faz com que seja possível decidir e aplicar uma estratégia rapidamente. Com a ajuda da tecnologia adequada, a reorganização do projeto devido à uma pandemia torna-se um desafio viável e possível de alcançar. Outro ponto importante é o comprometimento e a dedicação em todos os níveis do processo, para assegurar um resultado final positivo, o que só é possível quando este cultura já está inserida na empresa. E isso faz toda a diferença em um momento de crise.

O compromisso com o cliente deve seguir preservado, para seguir com a construção de planos, metas e sonhos. Em qualquer negócio é preciso saber frear, para acelerar novamente em momentos oportunos. A prioridade agora é se preparar para a retomada. Como em outras crises, essa também vai passar, trazendo muitas oportunidades.

 

*Sandro Sadao Nagata é diretor executivo da A.Yoshii Engenharia

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