Por Sandra Maura, CEO da TOPMIND
Desde março, quando a pandemia do novo coronavírus chegou de vez ao Brasil, empresas de todos os tamanhos e segmentos se viram na obrigação de entender e aplicar o trabalho remoto. Mas já imaginou se seu negócio dependesse de entregas e atendimentos locais, com uma frota inteira para gerenciar? Para essas organizações, deixar toda a equipe em casa certamente não pôde ser uma opção prática.
Ainda assim, o fato é que o surto de Covid-19 provocou uma série de alterações na rotina dessas companhias: o número de pedidos não é mais como antes, os profissionais precisam de novas formas de proteção e, além disso, a gestão da frota nunca foi tão importante para otimizar a eficiência das operações. Afinal de contas, se é verdade que a realidade mudou, o custo com combustível, manutenção, seguro e pessoal segue o mesmo de sempre.
Esse é um cenário que impõe, portanto, uma mudança de postura das companhias. Em primeiro lugar, claro, é preciso garantir a segurança dos colaboradores. Isso inclui afastar os profissionais em grupos de risco, oferecer suprimentos de proteção pessoal e insumos para a higienização dos veículos, além de definir estratégias práticas para organizar o fluxo de operação e evitar toda e qualquer aglomeração, preservando a qualidade do atendimento sem colocar em risco também os clientes.
Paralelamente a isso, é fundamental organizar as contas e planejar bem o futuro, reduzindo os gastos que forem possíveis e eliminando todo e qualquer desperdício. Estamos atravessando um momento único, amplamente desafiador, em que as companhias terão de conviver com escalas reduzidas, quadros menores de funcionários e menor capacidade de atendimento.
Por outro lado, isso não significa que faltem oportunidades para manter uma companhia ativa. Ao contrário. É importante que as lideranças organizem suas ações e analisem formas de atender as demandas atuais. É necessário manter o trabalho e, ao mesmo tempo, mitigar as ameaças. Até porque, é sempre bom lembrar, os serviços de entrega e de atendimento local são essenciais para atender as pessoas e manter o distanciamento em ordem – sem que elas tenham de sair de casa.
Não por acaso, pesquisas da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABCOmm) indicam que o mercado de e-commerce tem registrado expansão acima dos 20% nesse período, com a venda de itens básicos em maior destaque. Nesse ponto, as solicitações de serviços de atendimentos residenciais e de entregas locais também seguem com alta procura no mercado, impulsionadas pela restrição de mobilidade nas cidades.
Ou seja, o desafio está em equilibrar a relação de custos e receitas, evitando desperdícios. Com este horizonte em mente, está na hora de as companhias agregarem mais inteligência à gestão de suas frotas. Ao buscar soluções mais eficientes, sobretudo em plataformas de alta tecnologia, as empresas ganham mais assertividade para a tomada de decisões em relação aos turnos de trabalho, rotatividade dos veículos, definição de trajetos para as entregas, otimização das equipes e, ainda, melhor controle sobre custos inerentes à manutenção, documentação, seguro e serviços associados às atividades diárias.
Outro ganho importante a partir da adoção de sistemas inteligentes de gestão de frota é a capacidade de eliminar os erros manuais. Em um mundo cada vez mais conectado e remoto, é amplamente aconselhável que as organizações evitem a utilização de controles em planilhas, em que os lançamentos são feitos basicamente à mão. O modelo antigo, além de ser mais demorado, favorece a existência de erros e inconsistências à gestão.
Estamos entrando em uma nova era em que agilidade e assertividade serão ainda mais importantes. Portanto, nada mais natural do que elevar a capacidade de gestão interna das companhias também para a administração de seu parque de veículos.
A tecnologia e a inovação devem ser usadas para facilitar as operações, principalmente em momentos como esse. Somente assim as companhias terão as informações e condições para superar os impactos da pandemia em suas rotinas. Essas soluções já estão disponíveis e, inclusive, podem ser usadas para mensurar, controlar e otimizar outros tipos de gastos operacionais. Resta saber quais líderes são capazes de dar esse passo para garantir o futuro de seus serviços.