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O engajamento dos colaboradores em um mundo colocado à força em home office

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Michaela Vicare*

A pandemia causada pelo novo coronavírus obrigou empresas de todo o mundo a adaptarem suas rotinas e métodos de trabalho, adotando o home office como resposta imediata à evolução da Covid-19. É fato que muitas empresas, no Brasil e no mundo, já tinham essa como uma prática regular. Mas sabemos que a esmagadora maioria das empresas foi forçada a se adaptar. Em empresas que já contavam com um programa de home office implementado, o ‘susto’ foi quase imperceptível. Com 100% dos times trabalhando remotamente, muitas empresas têm se tornado cases de inovação e manutenção da operação em perfeito funcionamento. Se olharmos especificamente para segmentos como os de tecnologia e financeiro, os exemplos são inúmeros.

Mas como manter o engajamento dos colaboradores com esse novo formato de trabalho? Alguns exemplos práticos – e, muitas vezes, simples – podem ajudar. Em algumas empresas, os colaboradores se reúnem virtualmente todos os dias, a qualquer hora, sem impacto no dia a dia de trabalho e no andamento do negócio. Pode-se criar um ‘escritório online’ completo, com salas virtuais para cada equipe, nas quais se trabalhe como se estivesse na própria sede. Qualquer funcionário pode ‘visitar’ a sala de outra área e, dessa forma, é possível manter o engajamento, a comunicação e o relacionamento entre todos.

Além do dia a dia de trabalho ‘normal’, mesmo à distância, outra medida que contribui diretamente com o engajamento dos colaboradores e a manutenção da cultural organizacional das empresas é o olhar cada vez mais humano para as necessidades individuais de cada um. Benefícios ‘regulares’ podem ser adaptados, em diversos casos. Um exemplo é a opção para que cada colaborador distribua o crédito dos valores referentes a Vale-Refeição e Vale-Alimentação de acordo com suas necessidades: em vez de apenas creditarmos os valores padrões, permitir que as pessoas apontem como preferem essa divisão, afinal, com mais tempo em casa, o consumo em supermercados é maior do que aquele em restaurantes.

Em tempos de crise sanitária, a saúde das pessoas deve vir em primeiro lugar. Por esta razão, o incentivo a campanhas, como a de vacinação contra a gripe, é uma excelente iniciativa. Para as empresas que puderem estender o subsídio também aos dependentes legais, os resultados são ainda melhores. Alia-se a essa ação a responsabilidade social: com sintomas semelhantes aos da Covid-19, prevenir a gripe ajuda diretamente na diminuição de necessidade de ocupação hospitalar, principalmente considerando a chegada do inverno.

Além disso, incentivar a realização de happy hours, cafés da manhã e treinamentos, todos feitos virtualmente, é fundamental. Com o apoio da tecnologia, isso ocorre sem prejuízos ao diálogo e ao aprendizado. Atitudes como essas, que podem ser adotadas por empresas de quaisquer portes e segmentos, contribuem diretamente com a produtividade e o engajamento nesse período e demonstram o respeito da companhia para com os seus colaboradores.

No nosso caso, usufruímos do que mais entendemos: a tecnologia. Com ela, é possível otimizar o trabalho e entregar os mesmos resultados, melhorando processos, economizando suprimentos, contribuindo diretamente com a sustentabilidade, organizacional e ambiental, e respeitando o isolamento social. Não sabemos ainda quando a sociedade global retornará às vidas da maneira que conhecíamos. Mas, cada empresa pode seguir dando continuidade ao trabalho de maneira ágil, eficaz e integrada, mantendo o compromisso de colaboração com seus clientes e o cuidado com as suas pessoas. Porque antes de sermos tecnológicos, somos humanos.

 

* Michaela Vicare é diretora de Gente & Gestão (RH) na Tecnobank.

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