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Vacina na prevenção dos tumores

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O papilomavírus humano (HPV na sigla em inglês) é responsável por infectar cerca de 80% da população sexualmente ativa, sendo um dos principais causadores do câncer de colo de útero. Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde, esse tipo de câncer afeta mais de 500 mil mulheres por ano. O câncer do colo do útero é o quarto tipo que mais acomete as mulheres no Brasil e, de acordo com informações do Instituto Nacional de Câncer (INCA), deverão ocorrer aproximadamente 16 mil novos casos neste ano no país, quase todos decorrentes de infecção pelo HPV.

Até o momento, são conhecidos mais de cem tipos diferentes do vírus, sendo o HPV 16 e 18 os responsáveis por até 70% dos casos de colo uterino. O tipo 16 é conhecido como sendo de alta probabilidade de se desenvolver a doença – cerca de 400 vezes. Já o tipo 68 é considerado provável alto risco, com probabilidade de 50 vezes de se ter a doença. O rádio-oncologista Henrique Balloni, do Oncoville, clínica de radioterapia em Curitiba, afirma que “em sua maioria, os casos de câncer do colo do útero resultam de infecção genital causada pelo HPV.

Transmitido por meio de relações sexuais, o HPV pode ou não evoluir para o câncer. O papanicolau é o exame de rastreamento para detecção precoce do câncer de colo do útero e visa detectar lesões precursoras e fazer o diagnóstico da doença. Este exame é recomendado a todas as mulheres que já iniciaram atividade sexual.

O HPV também é uma das causas do tumor de cabeça e pescoço (amígdalas, língua), principalmente em pacientes jovens de 40 e 50 anos que não fazem uso de tabaco e álcool. A incidência desses tumores nessa população tem aumentado anualmente em função da infecção previa do HPV. A transmissão ocorre principalmente por meio de relações sexuais orais. Até o momento não existe exame de rastreamento como o papanicolau em tumores de colo uterino. Uma ferida “afta” na boca que não cicatriza (mais de 14 dias) ou mesmo linfonodo no pescoço (gânglio) pode ser um sinal de alerta para procurar especialista para avaliação.

Quem pode tomar a vacina?

Diante deste cenário, a vacina do HPV entra como protagonista e uma poderosa aliada contra o principal fator causal, o papilomavírus. Preventivas, as vacinas têm como função principal evitar a infecção pelos tipos de HPV nelas contidos. Desde 2014, o programa de vacinação brasileiro oferece a vacina para meninas de 9 a 15 anos e para meninos de 11 a 14 anos nos postos de saúde.

“No Brasil, o Ministério da Saúde oferece à população brasileira a vacina quadrivalente, usada para a prevenção de lesões genitais pré-cancerosas de colo do útero, vulva e vagina e de câncer do colo do útero em mulheres, além de verrugas genitais em mulheres e homens, relacionados ao HPV 6, 11, 16 e 18. Outros subtipos do HPV têm cobertura vacinal pelas redes privadas”, cita Dr. Balloni.

Estudo publicado na revista The Lancet (junho de 2019) aponta uma diminuição nas taxas de infecção entre as pessoas mais jovens desde que a vacina foi introduzida. “Com isso, será significativo o número de pessoas que não irão desenvolver cânceres ligados ao HPV, ou seja, fora o câncer de útero, temos o de cabeça e pescoço”, aponta o rádio-oncologista.

Adultos também podem?

Adultos se perguntam se vale a pena se vacinar agora. “A resposta é sim. A vacina tomada tardiamente não curará o HPV se uma pessoa já tiver um tipo de cepa, mas auxiliará contra outras cepas que podem incluir as formas de alto risco”, cita o médico.  As vacinas podem ser encontradas na rede privada que oferecem dois tipos de imunização, a bivalente, que protege contra dois tipos cancerígenos, o 16 e o 18, e a quadrivalente, que além desses dois tipos protege contra os tipos de baixo risco.

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