Estudo publicado em abril do ano passado no periódico American Journal Of Obstetrician and Ginecology mostrou uma relação entre alterações no microbioma endometrial e falha de implantação ou aborto espontâneo precoce em pacientes submetidas a tratamento com tecnologia de reprodução assistida
Nos tratamentos de FIV (Fertilização In Vitro), no grupo de mulheres com escassez de Lactobacilos, a taxa de implantação foi de 23%, enquanto que no grupo com predominância de Lactobacilos, essa taxa foi de 61%. “A taxa de aborto no primeiro grupo foi de 60%, enquanto no segundo grupo foi de 16%. Esse estudo permitiu grandes avanços na medicina reprodutiva”, afirma o médico especialista. “Alimentação e hábitos de vida saudáveis ajudam a melhorar a microbiota”, completa o Dr. Rodrigo.
De acordo com a pesquisa, o perfil microbiano encontrado na amostra endometrial antes do aborto espontâneo apresentou maior diversidade bacteriana e menor abundância de Lactobacillus do que o fluido endometrial da gravidez saudável. “Dentre os tipos de Lactobacillus, um especial chamado Lactobacillus iners foi o micróbio mais prevalente encontrado no endométrio durante o início da gravidez; sua presença estava associada a mecanismos de defesa e funções basais. Essas novas observações são importantes para incentivar futuras investigações e compreender as implicações potenciais da microbiologia na gravidez humana saudável e patológica”, explica o médico.
Por fim, o médico enfatiza que, para a gravidez acontecer e ser bem sucedida, é necessário um bom embrião, um bom endométrio e uma boa interação entre eles. “Por esse motivo, se o casal perceber que está tendo problemas para engravidar, é importante que ambos consultem um médico especializado, já que apenas ele poderá realizar uma avaliação e identificar a real causa do problema, recomendando assim o tratamento adequado ou, quando a causa da infertilidade não pode ser revertida, métodos de reprodução assistida e todo acompanhamento para melhorar a saúde como um todo, aumentando a chance de sucesso”, finaliza o Dr. Rodrigo Rosa.
FONTE: *DR. RODRIGO ROSA: Ginecologista obstetra especialista em Reprodução Humana e sócio-fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo. Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), o médico é graduado pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Especialista em reprodução humana, o médico é colaborador do livro “Atlas de Reprodução Humana” da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana.
LINK do estudo: https://www.ajog.org/article/
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