Estudo publicado no final de janeiro no Jama Pediatrics destaca que mulheres que adquiriram Covid-19 na gravidez transmitiram anticorpos aos fetos. 10 entidades latinas de Medicina de Reprodução Assistida emitem posição conjunta mostrando os benefícios da vacinação, exceto quando há comorbidades.
Segundo o estudo, a transferência dos anticorpos via placenta ocorreu tanto de mães que tinham sido assintomáticas quanto das que tiveram uma doença leve, moderada ou severa. “Os anticorpos derivados da mãe são um elemento chave da imunidade neonatal. Compreender a dinâmica das respostas de anticorpos maternos à infecção por síndrome respiratória aguda grave do coronavírus 2 (Sars-Cov-2) durante a gravidez e subsequente transferência transplacentária de anticorpos pode informar o manejo neonatal, bem como as estratégias de vacinação materna”, conclui o estudo.
Entidades ressaltam os benefícios da vacinação
10 entidades médicas latinas de Reprodução Humana emitiram um comunicado ressaltando os benefícios da vacinação: REDLARA – Red Latinoamericana de Reproducción Asistida; SBRA – Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida; SAMeR – Sociedad Argentina de Medicina Reproductiva; AMMR – Asociación Mexicana de Medicina de la Reproducción; PRONÚCLEO – Associação Brasileira de Embriologistas em Medicina Reprodutiva; SAEC – Sociedad Argentina de Embriología Clínica; SOCMER – Sociedad Chilena de Medicina Reproductiva; ACCER – Asociación de Centros Colombianos de Reproducción Humana; SURH – Sociedad Uruguaya de Reproducción Humana; e AVEMERE – Asociación Venezolana de Medicina Reproductiva y Embriología. Segundo o texto, a vacinação tem efetividade e não induz a risco aumentado de contrair a infecção por Covid-19. “Embora ainda não existam estudos humanos de longo prazo sobre a vacinação contra Covid-19 e gravidez, nenhuma das vacinas contém vírus Sars-Cov-2 vivo”, diz o texto.
No entanto, o texto enfatiza que no caso de indivíduos vulneráveis, que apresentam alto risco de infecção e/ou comorbidades, incluindo as grávidas, não receber a vacina supera o risco de ser vacinado, previamente ou durante a gravidez. “Por esse motivo, as entidades defendem que não há razão para atrasar as tentativas de gravidez ou tratamentos de reprodução assistida se os pacientes estão fora de grupos de risco”, explica o Dr. Rodrigo. “Decisões da utilização (ou não) das vacinas devem ser compartilhadas entre pacientes e médicos, respeitando-se os princípios éticos”, finaliza o especialista.
FONTE: *DR. RODRIGO ROSA: Ginecologista obstetra especialista em Reprodução Humana e sócio-fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo. Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), o médico é graduado pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Especialista em reprodução humana, o médico é colaborador do livro “Atlas de Reprodução Humana” da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana.
Link do estudo: https://jamanetwork.com/
Link do comunicado: https://redlara.com/images/