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Reação causada por vacina da Moderna em pessoas com preenchimento não deve ser motivo de preocupação

Raro, de baixa gravidade e fácil tratamento, edema provocado pela Vacina da Moderna, que por enquanto não virá para o Brasil, em pacientes submetidos recentemente a procedimentos com substâncias preenchedoras não deve ser visto como um impedimento para a vacinação.

Reação causada por vacina da Moderna em pessoas com preenchimento não deve ser motivo de preocupaçãoAs campanhas de vacinação contra o Coronavírus já começaram em diversos países ao redor do mundo, inclusive no Brasil. Mas, ainda assim, novas vacinas, e até mesmo aquelas que já foram aprovadas, continuam a ser pesquisadas para garantir sua segurança em grupos ainda não estudados, como as gestantes, e entender a ação dos imunizantes em diferentes organismos. Não é à toa que todos os dias novas publicações sobre a eficácia e os efeitos de diferentes vacinas são veiculadas. Por exemplo, a Food and Drug Administration (FDA), agência estadunidense que regulamenta drogas e alimentos, publicou recentemente uma nota apontando o surgimento de inchaço em duas voluntárias participantes do estudo de desenvolvimento da vacina da Moderna que haviam se submetido à aplicação de preenchedores injetáveis. A informação, é claro, pode causar certa preocupação em quem já passou por esse tipo de procedimento e está esperando para tomar a vacina, mas, de acordo com o dermatologista Dr. Daniel Cassiano, da Clínica Gru e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, não existem motivos para que esses pacientes deixem de tomar a vacina. “Antes de qualquer coisa, é importante ressaltar que a nota publicada pelo FDA se refere apenas à vacina da Moderna, que, até então, está disponível apenas nos Estados Unidos. Nesse primeiro momento, os únicos imunizantes aprovados pela Anvisa para aplicação em território brasileiro são as vacinas Coronavac e de Oxford, que, em seus testes de eficácia e segurança, não apresentaram efeitos similares”, destaca o médico.

E, segundo o especialista, mesmo que futuramente a vacina da Moderna venha a ser disponibilizada no Brasil ou no caso das pessoas que residem nos Estados Unidos, não há motivo de preocupação. Isso porque esse tipo de reação causada pela vacina em pessoas com preenchimento é raro, e, quando ocorre, é leve e regride rapidamente. Além disso, as inflamações causadas por preenchedores são amplamente conhecidas e documentadas “O inchaço e a inflamação causada por preenchedores não é uma exclusividade da vacina contra o Coronavírus, podendo também surgir devido a outros medicamentos e até fatores como traumas e baixa imunidade. Isso ocorre devido a uma resposta natural do sistema imune, que, devido à vacina ou outros gatilhos, passa a entender as substâncias preenchedoras como agressores do organismo e se organiza para combatê-las, gerando assim um processo inflamatório com consequente surgimento de edemas”, explica o dermatologista.

O médico ainda ressalta esse tipo de reação também é de fácil tratamento, o que pode ser feito, em casos leves, apenas por meio do uso de medicamento anti-inflamatórios. “Já em casos mais graves, pode ser necessária a retirada do preenchedor através de intervenção cirúrgica ou então da aplicação de substâncias que agem dissolvendo os preenchedores. Em casos em que o procedimento foi realizado com ácido hialurônico, por exemplo, pode-se fazer uso de hialuronidase, enzima que ajuda a absorver a substância”, completa.

Por fim, vale ressaltar novamente que as vacinas aplicadas no Brasil no momento são perfeitamente seguras e eficazes, não havendo necessidade que pessoas com preenchimento deixem de ser vacinadas. Além disso, mesmo no caso da vacina Moderna, os benefícios da imunização contra o Coronavírus superam muito qualquer pequeno risco de reações adversas, afinal, a COVID-19 é uma doença de fácil transmissão e de alta fatalidade. “Mas é claro que, caso você apresente qualquer tipo de reação após tomar a vacina, independentemente de qual seja, o mais importante é consultar um médico, que poderá realizar uma avaliação e, se necessário, tratar o problema corretamente”, finaliza o Dr Daniel Cassiano.

FONTE: DR. DANIEL CASSIANO – Dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica. Cofundador da clínica GRU Saúde, o Dr. Daniel Cassiano é formado pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e doutorando em medicina translacional também pela UNIFESP. Professor de Dermatologia do curso de medicina da Universidade São Camilo, o Dr. Daniel possui amplo conhecimento científico, atuando nas áreas de dermatologia clínica, cirúrgica e cosmiátrica.

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