Interessados devem avaliar se os danos aos veículos estão classificados entre pequena, média ou grande monta
O mercado de leilões de veículos vem crescendo anualmente. De acordo com a Kronberg Leilões, entre os bens móveis mais vendidos em 2020, cerca de 35% foram de automóveis de até R$ 22 mil, sendo 43% motos, 12% carros acima de R$ 22 mil, 3% carros acima de R$ 100 mil, incluindo caminhões, e 7% veículos tratores abaixo de R$ 100 mil. Mas para fazer um bom negócio, os interessados precisam entender em que estado o veículo se encontra e qual o objetivo da compra.
De acordo com o leiloeiro público Helcio Kronberg, a maioria dos veículos de leilão vem de seguradoras com algum tipo de dano, também conhecido como sinistro. “O sinistro é um termo do mercado de seguros usado quando um veículo assegurado sofre um acidente ou prejuízo material. Em outras palavras, o sinistro ocorre sempre que existe alguma indenização sobre danos e pode ser classificado como de pequena, média ou grande monta, sendo que a pequena inclui apenas imperfeições estéticas. Essa especificação é feita tanto pela autoridade de trânsito no momento do registro do boletim de ocorrência como no laudo de constatação de danos realizado por empresas especializadas”, explica.
No mercado existem diversos tipos de leilões e é importante saber todos os detalhes na hora de participar de um. Alguns vendem carros completos, outros apenas sucatas. Quem pode promover esse tipo de atividade são casas especializadas e autorizadas judicialmente, podendo ocorrer até pela internet.
“Se o possível comprador enxerga uma oportunidade para ser proprietário de uma moto ou de um carro dos sonhos e não tem expectativa de revendê-los a curto prazo, a compra é um excelente negócio. Mas se o comprador achou o preço interessante, quer desfrutar do veículo, mas também quer vendê-lo mais tarde, vai acabar se decepcionando no momento do negócio, pois não conseguirá revender por um valor alto. Nesse caso, a aquisição não vale a pena. O comprador também deve verificar se o automóvel poderá voltar a circular imediatamente, voltar a circular somente após uma inspeção ou se não poderá voltar a circular. Por isso, na hora de adquirir um veículo que veio de uma seguradora é fundamental analisar se ele é de pequena, média ou grande monta”, aconselha Kronberg.
Para os interessados, o leiloeiro afirma que apostar em leilões seguros é uma forma promissora de empreendedorismo. “É possível se tornar um empreendedor de leilões apenas pesquisando e escolhendo as melhores oportunidades, tudo quase sem sair de casa, já que a maioria dos eventos é feita de forma online”, diz.
Pequena, média e grande monta
Pequena: os danos de pequena monta são aqueles de menor escala, que afetaram apenas peças externas e/ou mecânicas e estruturais. A substituição ou reparo dessas peças permitel voltar a circular com o carro sem a necessidade de outras verificações ou inspeções.
Média: os de média monta são aqueles que ocorrem nas peças internas. Quando substituídas ou reparadas, permitem que o veículo volte a circular normalmente, porém somente após a realização de uma inspeção de segurança veicular e a obtenção do Certificado de Segurança Veicular (CSV).
Grande: os veículos classificados com danos de grande monta são aqueles considerados irrecuperáveis, ou seja, que não possuem condições de voltar a circular em nenhuma circunstância, também chamados de sucatas.
Sobre Helcio Kronberg
Leiloeiro público oficial com 21 anos de experiência na área. É autor do livro “Leilões Judiciais e Extrajudiciais”, lançado pela Editora Hemus. É autor de vários livros e docente, além de jurisconsulto com várias titulações acadêmicas. Para mais informações basta acessar: https://www.kronbergleiloes.com.br/
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