Fim do auxílio emergencial e gastos excessivos no fim do ano comprometeram a capacidade de pagamento das famílias
Os paranaenses começaram 2021 com mais dificuldades para pagar suas dívidas. A parcela da população endividada em janeiro até baixou, passando de 89,5% em dezembro para 89,1% em janeiro – o menor percentual após o início da pandemia. No entanto, o percentual de endividados com contas em atraso e que não terão condições de pagar voltou a crescer, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR).
O volume de endividados que estão com os pagamentos em atraso foi de 26,3% em janeiro, contra os 25,7% registrados em dezembro. Já os que afirmam que não terão condições de quitar seus débitos correspondiam a 11,9% em janeiro, ante os 10,6% em dezembro do ano passado.
Essa dificuldade no pagamento das contas é motivada principalmente pelo fim do auxílio emergencial pago pelo Governo Federal e pelo excesso de gastos das famílias no fim ano.
Apesar da maior parte das dívidas se concentrarem no cartão de crédito, com 73,8%, outros motivos que levaram os paranaenses a permanecer endividados foram o financiamento imobiliário, com 8,5%, e o financiamento de veículo, com 7,6%. Outra forma de dívida foram as compras nos carnês, com 4,9% em janeiro.
Para tentar pagar o que devem, muitos endividados recorreram ao empréstimo pessoal, que registrou alta de 37,0% em janeiro na comparação com o mês de dezembro. O cheque pré-datado voltou a ser utilizado e teve aumento de 52,1% em janeiro em relação a dezembro, ainda que essa forma de pagamento esteja em desuso nos últimos anos.
Dentre as famílias com contas em atraso, que correspondem a 26,3% dos endividados, 45,9% estão com os débitos pendentes há mais de 90 dias e já podem ter seu nome incluso nos sistemas de proteção ao crédito.
O tempo médio de comprometimento com dívidas foi de seis meses em janeiro, sendo que a maior parte delas, 51,3%, são contraídas por até três meses. Em geral, os paranaenses comprometem 32,6% da sua renda com dívidas, e 70,2% despendem de 11% a 50% da renda com dívidas, além dos 20,5% que têm mais da metade dos rendimentos comprometidos com dívidas.