Rede de networking conecta empresários e empreendedores em busca de apoio e oportunidades na pandemia

Os resultados são provenientes de ajuda mútua e indicação de clientes entre as empresas que fazem parte do grupo

Se o networking empresarial já vinha sendo uma prática bem-sucedida para gerar negócios especialmente entre pequenos e médios empresários, com a pandemia ele pode ser responsável pela própria sobrevivência das empresas.

Um dos exemplos mais recentes é a criação da Rede Kai, um grupo de networking que foi lançado com alguns diferenciais em relação aos demais. “Acreditamos no desenvolvimento coletivo por meio da colaboração e atuamos com base na construção de relacionamentos que tragam resultados efetivos para as empresas e crescimento para os profissionais”, explica o consultor Kalil Lucena, especialista em networking e um dos fundadores da rede ao lado dos sócios Fabiano Fernandes e Vinicius Damasceno.

“Começamos a definir o projeto da Rede Kai em abril, logo no início da pandemia, ao notarmos as dificuldades enfrentadas por nossos colegas empreendedores diante do isolamento social e fechamento do comércio, em busca de poder ampará-los”, afirma Damasceno.

Esta busca por soluções colaborativas e novas ideias para os negócios fez a diferença no cotidiano dos pequenos e médios empresários que participam da Rede Kai.

Ronaldo Azevedo, proprietário da CRB Profissional, empresa que trabalha com produtos para limpeza e higienização, destaca o quanto é importante para sua empresa participar de uma rede de networking bem estruturada: “No ano de 2020, ano de pandemia e difícil para muitos empresários, 20% dos nossos negócios vieram por indicação destes parceiros que estão na rede”.

Para Raquel Lemos, proprietária da Real Bem-Estar, que comercializa colchões e travesseiros terapêuticos, participar do grupo tem feito muito sentido em sua estratégia de marketing. “Como exemplo, este canal é responsável por cerca de 50% a 70% do nosso volume de negócios”, aponta.

Um caso inusitado de como o networking apoia a transição de carreira é o da Georgia Schreiber, que vem de uma carreira de mais de 20 anos como secretaria executiva de altas lideranças e depois de ser desligada da última empresa, no meio da pandemia, decidiu empreender em vez de buscar recolocação. Foi depois de algumas conversas com sua rede de contatos e de observar a demanda, que decidiu lançar no início de janeiro a Voilá, em que oferece serviços especializados de assistente virtual. “Para mim uma grande surpresa foi perceber o quanto a Voilá cresceu em tão pouco tempo, esperava alcançar o faturamento atual somente daqui a quatro meses. E se não fosse a pandemia, que gerou um novo hábito de trabalho remoto, este modelo de negócio, que é tendência nos EUA, só funcionaria em uns dez anos aqui no País, por conta da cultura de que a secretaria só funciona se estiver no escritório”, enfatiza Georgia.

“Entrar na Rede Kai fez todo sentido para o meu negócio, pois dependo muito do relacionamento e de indicações. Além de propensos clientes, a Rede Kai me apresenta a diversos parceiros e fornecedores com serviços complementares ao meu”, finaliza ela.

Contra a solidão empresarial

A pandemia acentuou sentimentos negativos, como o estresse. “A sensação que chamamos de “solidão empresarial” cresceu bastante nesses últimos meses no mundo corporativo. É uma situação típica do gestor de empresa que não se sente confortável em dividir com a família suas dificuldades nos negócios e não quer compartilhar os desafios com os colegas de trabalho ou concorrentes, por isso apresentam sequelas que podem refletir em suas equipes e empresa”, explica Lucena.

“As reuniões dos grupos de networking te ajudam na troca de experiências, o que aumenta seu conhecimento em áreas diversas do próprio negócio. E isso facilita muito, principalmente, contra a solidão que o empresário sente ao não encontrar pessoas para discutir e debater algum assunto. Então, estar em contato com outros empresários, ver a experiência deles em suas áreas e aprender com isso, faz todo sentido para um negócio de sucesso”, diz Raquel.

Para Ronaldo, essa troca de experiência é tão importante quanto o fechamento de negócios. “Muitas vezes, soluções encontradas aqui na nossa empresa serviram para estes parceiros nas empresas deles. Assim como o contrário, passando por algum problema aqui, a gente divide e compartilha estas experiências. Eu já encontrei caminhos que não teria imaginado, mas que um parceiro já havia passado por isso na empresa dele e pude aprender. E isto quebra a solidão que a gente vive no empresariado”, explica.

Segundo Bruno Serato, sócio da Security Place, que oferece portaria remota, “o grande envolvimento com outros profissionais aumenta muito o conhecimento do que pode ser benéfico para o seu negócio e os seus clientes. O networking tira o empresário daquela caverna na qual a gente muitas vezes não tem com quem falar, com quem dividir os nossos problemas. Muitas vezes quando você tem uma dificuldade para achar soluções para o seu dia a dia, esta grande rede de contatos facilita muito o entendimento e a busca de soluções”.

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