Especialista da multinacional finlandesa explica importância, futuro e desafios da aplicação do material sustentável
Nos últimos meses, a celulose do tipo microfibrilada, também conhecida como Micro Fibrillated Cellulose (MFC), começou a fazer parte do dia a dia de diversos brasileiros por conta da pandemia do novo coronavírus. O material, que é sustentável, se tornou a aposta para a indústria e tem potencial de uso em diversos setores: papel, cosméticos, fármacos e alimentos, com a função de controlar a viscosidade e estabilizar a suspensão de óleos. Na área de alimentação é empregada em revestimentos comestíveis e embalagens.
Recentemente, uma das funções da MFC foi aperfeiçoada a partir de testes realizados numa planta piloto, no sistema desenvolvido pela Valmet – líder mundial no desenvolvimento e fornecimento de tecnologias, automação e serviços para os setores de celulose, papel e energia. Nos testes, foi aplicado o material como um espessante e emulsificante no preparo de álcool antisséptico e em gel.
O especialista em Refinação da Valmet na América do Sul, Roberto Franchini, explica que a MFC vem ganhando destaque por trazer inúmeros benefícios. “Este é um material sustentável e que pode ser encontrado em abundância na natureza, por possuir propriedades e melhor desempenho em relação a outras aplicações com celulose. A MFC é uma micropartícula da celulose, com uma espessura dez vezes menor do que um fio de cabelo. Para chegar até aqui foram necessários anos de estudo, tecnologia e muita dedicação de pesquisadores. A indústria está cada vez mais atenta às questões ecológicas e vem ampliando usos de tecnologias sustentáveis”, explica.
Apesar dos desafios, como o de identificar melhores aplicabilidades e transporte, a MFC tem alto valor agregado atualmente. “É necessário aproveitar as oportunidades que trazem a aplicação da MFC , tanto em papel, tissue e outras portas que estão sendo abertas. A planta piloto da Klabin utiliza a tecnologia da Valmet e estamos desenvolvendo diversos testes para inovar na indústria. Apesar de ser um campo muito vasto, o futuro desse material é uma “jornada sem volta”. E o desenvolvimento e o uso da fibra serão muito importantes daqui para frente. Um dos desafios que estamos trabalhando é na aplicação sustentável e mais limpa possível de técnicas que utilizam a MFC, como no papel, por exemplo”, adianta Franchini.
Futuro da MFC
Diversos estudos apontam que a MFC, material facilmente renovável, também pode ser usada na produção de cosméticos, no fortalecimento de materiais de construção civil, peças leves para carros e até tecidos.
O especialista da Valmet conta que a partir da celulose é extraída a MFC, que está entre a celulose e celulose nanofibrilada. “Como fornecedora de tecnologia, a Valmet está desenvolvendo e aperfeiçoando o conhecimento sobre a versatilidade da MFC. É um produto de grande potencial. O principal diferencial é oferecer ao mercado produtos e tecnologias com base verde e sustentável, que é o caminho da indústria daqui para frente”, finaliza.
Sobre a Valmet
A Valmet é a principal desenvolvedora e fornecedora global de tecnologias de processo, automação e serviços para as indústrias de celulose, papel e energia. Sua atuação de tecnologia inclui fábricas de celulose, linhas de produção de papel, cartão e papel, além de usinas de energia para produção de bioenergia. Os serviços e soluções de automação melhoram a confiabilidade, o desempenho dos processos e aprimoram a utilização de matérias-primas e energia.
Em todo o mundo, a empresa finlandesa possui mais de 14 mil colaboradores diretos e, em 2019, as vendas líquidas foram de aproximadamente 3,5 bilhões de euros. A sede está localizada em Espoo, na Finlândia, e suas ações estão listadas na Nasdaq Helsinki. Na América do Sul, as unidades estão localizadas em Araucária (PR), Sorocaba (SP), Belo Horizonte (MG), Imperatriz (MA) e Concepción, no Chile. Mais informações: www.valmet.com.br.