VBAC é o termo em inglês para parto vaginal após uma cesárea, que é cada vez mais realizado justamente porque a obstetrícia mostrou através de vários trabalhos científicos que o risco é extremamente baixo
O parto vaginal após cesárea é um tema muito relevante considerando os altos índices de cesárea no Brasil atualmente, segundo a ginecologista. “O parto normal traz uma série de benefícios como uma recuperação mais rápida pós- parto, contato imediato com o recém-nascido, amamentação mais precoce. Mas vale ressaltar que ainda existem riscos, sendo o maior deles a rotura uterina. Este risco é muito raro (0,5 a 1%), porém, é muito grave podendo levar a paciente e o bebê a óbito. Portanto, a decisão do parto deve ser tomada em conjunto: médico e paciente! O parto deve ser individualizado, levando em consideração uma série de fatores que devem ser discutidos incessantemente no pré-natal”, explica a médica.
Mas existem formas de minimizar esse risco. “O trabalho de parto não deve ser induzido. O ideal é sempre aguardá-lo espontaneamente”, explica a Dra. Eloisa. “Além disso, o ideal é que o parto normal seja realizado após dois anos da primeira cesárea. Dessa forma, a cicatriz estará mais forte e o risco de rotura será praticamente nulo nessa situação. O parto vaginal após uma cesárea é cada vez mais realizado justamente porque a obstetrícia mostrou através de vários trabalhos científicos que o risco de rotura uterina é extremamente baixo”, explica o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da Clínica Mater Prime, em São Paulo.
O parto normal na segunda gravidez pode ser ainda mais importante para as gestações futuras. “O grande benefício de se realizar um parto normal após a cesariana é que a mulher, em uma terceira gravidez, terá menor risco cirúrgico, pois, após duas cesarianas, uma terceira é praticamente obrigatória, o que aumenta muito o risco de complicações cirúrgicas como aderências, infecções e hemorragias. Então, o parto normal é sempre bem-vindo, pois diminui os riscos para a mãe e para o bebê quando comparado com a cesárea. Logo, como não há contraindicação, a mulher, caso deseje, tem todo o direito de realizar um parto normal mesmo com uma cesárea prévia”, finaliza o Dr. Rodrigo Rosa.
FONTES:
*DRA. ELOISA PINHO: Ginecologista e obstetra, pós-graduada em ultrassonografia ginecológica e obstétrica pela CETRUS. Parte do corpo clínico da clínica GRU Saúde, a médica é formada pela Universidade de Ribeirão Preto, realiza atendimentos ambulatoriais e procedimentos nos hospitais Cruz Azul e São Cristovão, além de também fazer parte do corpo clínico dos hospitais São Luiz, Pró Matre, Santa Joana e Santa Maria.
*DR. RODRIGO ROSA: Ginecologista obstetra especialista em Reprodução Humana e sócio-fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo. Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), o médico é graduado pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Especialista em reprodução humana, o médico é colaborador do livro “Atlas de Reprodução Humana” da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana
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