Produção brasileira de frascos em polímero se mostra mais ágil e menos poluente

Novo frasco, mais sustentável e resistente, também pode ser usado para envasar vacinas

 Os efeitos de medidas impostas no início da pandemia para o meio ambiente foram relatados no mundo todo.  A montanha Dhauladhar, que faz parte da cordilheira do Himalaia, pôde ser avistada novamente na Índia, após 80 anos. O motivo foi a queda da poluição atmosférica pela diminuição da produção nas fábricas, durante a primeira onda de isolamento social. A redução de poluentes na China foi de 25% e a estimativa é de que entre 50 e 75 mil pessoas foram salvas da morte por conta da redução dos poluentes no ar. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2018 a poluição do ar foi motivo de 320 mil óbitos nas Américas e 51 mil no Brasil a cada ano.

 Cada vez mais, cuidados ambientais, sociais e de gestão sustentável influenciam nas decisões de investimentos e no direcionamento dos negócios, a fim de que as empresas protagonizem essa nova era compatível com as necessidades e convicções do mundo moderno. Um dos exemplos, é que visando a redução das emissões de carbono, nações como a China têm imposto restrições à produção do vidro. Com processo longo, muito poluente e pouco escalável em curto prazo, o futuro deste tipo de material está com os dias contados, principalmente, sob o crivo das melhores práticas em sustentabilidade.

E o mercado mundial vem instigando mais mudanças devido à pandemia do novo coronavírus, requerendo a preservação de ativos naturais e o uso racional de produtos, exigindo alternativas sustentáveis em toda a cadeia produtiva até a chegada ao consumidor final.

Frente a esta realidade e a iminente carência do vidro no mercado, uma fabricante brasileira encontrou uma solução sustentável que promete garantir o envase de produtos farmacêuticos e das vacinas produzidas no Brasil. A partir de uma tecnologia japonesa, a Spiltag apresenta um polímero especial que tem inúmeras vantagens sobre o vidro borosilicato. Dentre os benefícios do chamado ‘Spiltech’, destaca-se a velocidade de produção, que é 60% mais rápida; o uso de energia, que é 50% menor; o peso do recipiente, que representa menos que a metade do peso similar de vidro; a facilidade na logística para transporte, que reduz os custos e acelera a distribuição; a resistência do frasco, que supera a fragilidade do vidro, evitando perda do imunizante e, ainda, as condições sustentáveis de produção, que agridem muito menos o meio ambiente.

É um processo menos custoso, à medida que utiliza 50% menos água e energia, além de ocorrer em um sistema muito mais sustentável e menos poluente. Ressalta-se, ainda, que o peso não é apenas um indicador, em termos de sustentabilidade sua definição contribui significativamente com o impacto ao meio ambiente – quanto mais pesado um produto, maiores os danos ambientais”, explica Gustavo Spila, CEO da Spiltag. Em relação ao combate à COVID-19, Spila complementa: “o fato de o produto ser muito mais leve e seguro que o frasco convencional, também influencia no valor, facilidade e agilidade do transporte, contribuindo para que a vacinação, nestas condições, ganhe mais velocidade”.

Sob o aspecto de mercado, o novo polímero Spiltech se mostra como uma alternativa positiva, com padrões de segurança extremamente elevados, nível de resistência à quebra superior ao dos frascos convencionais, baixo risco de interações químicas e resistência à temperatura de até -80°C, necessária para o armazenamento de vacinas que usam mRNA, como as Pfizer/BioNTech e Moderna. Os frascos são compatíveis com variações de temperaturas compreendidas entre -194ºC à 136ºC. Com capacidade de produção de 100 mil frascos por dia, a Spiltag disponibilizará seis tamanhos de frascos, de 2 ml até 100 ml. Toda a produção será fornecida pronta para uso, esterilizada, pré-testada e com integridade preservada e comprovada.

Nós nos preocupamos em dar uma solução para vacinação contra a Covid-19, mas esta não é a nossa única preocupação. Isso não pode ser feito impensadamente, criando outros problemas que também prejudicarão a saúde a curto, médio e longo prazo” diz Spila. “Estamos muito orgulhosos de poder afirmar que nosso produto ajudará tanto a imunizar as pessoas contra esse vírus, quanto a aumentar as soluções sustentáveis frente à necessidade de armazenamento das vacinas e de outras soluções que exigem embalagens duráveis”, completa o CEO se refere à redução das partículas tóxicas emitidas durante a produção.

A indústria de Marília (SP) deve investir no projeto o valor estimado de US$ 1,5 milhão (aproximadamente R$ 8,5 milhões). Além dos frascos para vacinas, o polímero também será transformado em seringas e dispositivos pré-envasados, tanto para insumos da saúde humana quanto veterinária, garantindo evolução no processo, vantagens ao meio ambiente e, claro, benefícios à população mundial.

A Spiltag

A Spiltag é especialista na fabricação de embalagens PET (“politereftalato de etila” ou Polietilenotereftalato) para o setor de HPPC (Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), comatuação há mais de 25 anos no mercado. Localizada em Marília, São Paulo, em 2012 passou a ser dirigida por Gustavo Spila, que trouxeuma visão de gestão ainda mais moderna, com processos focados na preservação da qualidade, como a certificação ISO 14001 e portfólio cada vez mais amplo, visando tornar-se referência mundial no setor. Com fortes investimentos na melhoria contínua de seus processos e em projetos reconhecidamente sustentáveis, instaurou novas políticas de gestão, acompanhando a evolução do mercado nacional e internacional de embalagens. A indústria é associada à Think Plastic Brasil, programa originado pela parceria entre a cadeia produtiva do plástico e o governo brasileiro, a fim de posicionar o Brasil como grande fornecedor de produção plástica mundial.

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