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Câncer de cárdia, que acometeu Bruno Covas, tem aumento de incidência na população jovem

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Em mais de 50% dos casos, esse tipo de câncer acaba evoluindo para metástases, quando não há mais chances de cura

Pouco conhecido entre a população, o câncer de cárdia, que acometeu o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, é cada vez mais comum na população jovem, segundo o cirurgião oncológico Dr. Marciano Anghinoni, do Hospital São Vicente. Esse tipo de câncer tem origem na transição entre o esôfago e o estômago.

“O câncer do Bruno Covas já estava num estágio bem avançado, com metástases, quando foi descoberto, e nesse estágio não há mais chance de cura. Em casos como esse, os tratamentos são para ajudar a aumentar a sobrevida. Mais de 50% dos casos do câncer de cárdia evoluem com metástases”, aponta Dr. Marciano Anghinoni.

Embora seja mais raro, alguns cânceres da cárdia têm origem na porção alta do estômago e são tratados da mesma maneira. O câncer de estômago, por sua vez é mais frequente, sendo o quarto mais comum entre homens e o sexto mais comum entre mulheres. Os principais fatores de risco são hábitos alimentares inadequados, obesidade, problemas de refluxo gástrico, gastrite crônica, consumo excessivo de bebidas alcoólicas e tabagismo.

Alguns cânceres têm causas hereditárias, onde uma alteração genética é passada de geração a geração. “Somente 10% de qualquer tipo de câncer são hereditários. Nesse caso, a suspeita de câncer hereditário é levantada quando parentes de primeiro grau (irmãos, pai e mãe) já tiveram a doença”, esclarece o oncologista.

Dificuldades para engolir, perda de peso e apetite, sensação de digestão lenta, fezes escuras, sensação de queimação constante na região do esôfago e estômago estão entre os principais sintomas sugestivos do câncer de cárdia e estômago e necessitam de uma avaliação médica, já que esses sintomas também estão presentes em outras doenças. “Esses sintomas costumam surgir somente em estágios mais avançados, por isso é fundamental procurar um médico com urgência para realizar uma avaliação”, explica Dr. Marciano Anghinoni.

A endoscopia é utilizada para fazer o diagnóstico, que também inclui tomografia e outros exames necessários dependendo de cada caso. O tratamento também é feito conforme a avaliação de cada paciente e engloba cirurgia, quimioterapia, radioterapia e imunoterapia.

“O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura. Por isso, recomendo que pacientes que tenham fatores de risco, como obesidade, problemas de refluxo, gastrite crônica ou caso de câncer de cárdia e estômago na família, procurem fazer avaliações médicas periódicas e acompanhamento com um especialista”, aconselha Dr. Marciano Anghinoni.

Câncer também foi causa da morte da atriz Eva Wilma

Outra personalidade que morreu nesse fim de semana devido a um câncer foi a atriz Eva Wilma. Ela foi vítima de um câncer de ovário. “Esse é um tipo de câncer silencioso e muitas vezes agressivo e é mais comum em mulheres após a menopausa”, revela Dr. Fabio Fin, cirurgião oncológico do Hospital São Vicente. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), mais de 6 mil mulheres desenvolvem câncer de ovário todos os anos, sendo que em 2019, a doença causou mais de 4 mil mortes.

O diagnóstico costuma ser tardio, pois é um câncer que não apresenta sintomas em suas fases iniciais. Em estágios mais avançados, pode causar pressão, dor ou inchaço no abdômen, pelve, costas ou pernas, náusea, indigestão, gases, prisão de ventre ou diarreia e cansaço constante.

“Os principais fatores de risco são a idade, problemas hormonais, histórico familiar e mutações em genes, como BRCA1 e BRCA2, que estão relacionadas a risco elevado de ovário”, afirma Dr. Fabio Fin. Ainda não existe um protocolo eficaz de rastreamento precoce e o diagnóstico pode ser feito por meio de exames clínicos, laboratoriais e radiológicos.

 

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