Mesmo sabendo da importância pedagógica do ensino presencial, agravamento da pandemia e possibilidade de novas suspensões das aulas faz com que pais optem pelo ensino remoto
Um dos grandes desafios do ensino remoto foi a alfabetização das crianças que estavam só no início da jornada educacional. É o caso de Darliane da Silva que é mãe do Kaue Henrique Domingues da Silva, de sete anos, e aluno do Colégio Acesso em Almirante Tamandaré. Ela conta que a adaptação ao ensino remoto trouxe muitas dúvidas no início, já que ninguém sabia até quando duraria a pandemia.
“Quando matriculamos o Kaue no Colégio Acesso em 2020, logo veio a pandemia e as aulas presenciais foram suspensas. Cogitamos tirar ele da escola, mas graças à diretora da unidade que nos convenceu a experimentar o modelo remoto, ele aprendeu a ler e a escrever durante as aulas online”, conta a mãe do aluno.
Modelo de educação digital
Um dos setores mais impactados pela pandemia foi o da educação que precisou, de forma emergencial, adaptar o modelo de ensino ao formato online. Mas, de acordo com especialistas, muitas escolas não conseguiram obter sucesso no ensino remoto, uma vez que o método aplicado não era adequado para o online. Eles ainda citam como exemplo situações em que as crianças ficam horas assistindo vídeos no Youtube e no Netflix, mas que não conseguem permanecer por 50 minutos no homescholling.
Segundo a diretora pedagógica do Grupo Acesso, Guida Weber, a tecnologia utilizada somada a metodologia aplicada pelos professores e a dedicação dos pais e alunos foi o que resultou no sucesso do ensino remoto. “Desde o começo sabíamos que somente a didática aplicada nas aulas presenciais não seria eficaz no remoto. Então, criamos um modelo de educação digital que combina uma plataforma tecnológica para o acompanhamento das aulas e progresso do aluno com um método específico para o online”, explica.
Para Darliane da Silva, a metodologia utilizada pelo colégio fez toda a diferença, assim como a orientação dos professores aos pais sobre quando e como ajudar a criança que está aprendendo em casa. “Os professores eram maravilhosos e conseguiam prender a atenção de todos os alunos na tela. O Kaue esperava ansioso pela hora da aula e, depois de alguns dias, já se desenvolvia sozinho e nem precisava do meu auxílio. Aos poucos ele foi aprendendo a reconhecer as letras, depois os sons e então aprendeu a ler e escrever, inclusive, formar frases. Tudo isso durante as aulas online”, relata a mãe do aluno.
Aulas presenciais em 2021
O modelo híbrido de aulas ainda é uma incógnita para 2021. Desde janeiro, muitas cidades e estados liberaram o retorno das aulas presencias em escolas privadas, mas diante do agravamento da pandemia no país, suspenderam diversas vezes o retorno. Com isso, as famílias estão adotando cada vez mais o modelo de ensino 100% remoto, já utilizado em 2020.
Mesmo sabendo da importância pedagógica do ensino presencial e o impacto emocional que o isolamento causa nas crianças, alguns pais estão dispostos a continuar com os filhos estudando em casa. “É nítido que a criança em casa fica mais irritada, mais nervosa, querendo tudo para a mesma hora. Mesmo com as atividades de educação física adaptadas para casa, não há um gasto efetivo de energia e nem de socialização com os colegas. Mas se para garantir a saúde e a segurança do meu filho seja necessário voltarmos com as aulas em casa, já estamos adaptados”, afirma Darliane da Silva.