O consumo em restaurantes, bares, lanchonetes e padarias registrou queda de 33,2% em abril, é o que apontam os índices divulgados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em parceria com a bandeira Alelo. Os dados, calculados a partir da comparação com o mesmo período de 2019, mostram que, em contraponto, os supermercados continuam apresentando números compatíveis com o histórico pré-pandemia – a exemplo da variação apurada de apenas 0,2% no valor gasto.
Os Índices de Consumo em Restaurantes (ICR) mostram ainda retração de 51,4% na quantidade de vendas, impacto mais profundo desde junho de 2020 (-53,1%). Somado a isso, o número de estabelecimentos comerciais que efetivaram transações em abril de 2021 foi 6,9% inferior ao observado no mesmo mês de 2019.
Em relação aos Índices de Consumo em Supermercados (ICS), os dados de abril indicam que o segmento encerrou o período com queda de 14% na quantidade de vendas, tendo como base o mesmo período de 2019. Já o número de estabelecimentos que realizaram pelo menos uma venda registou alta de 3,6%.
Segundo os pesquisadores da Fipe, ao analisar os últimos resultados, é possível concluir que o comportamento do consumo nos supermercados durante o mês de abril mostrou-se novamente resiliente ao agravamento do quadro da pandemia, bem como em relação às regras mais rígidas postas em vigor para reduzir o contágio em diversos estados e localidades do país.
Os Índices de Consumo em Supermercados (ICS) acompanham as transações realizadas em estabelecimentos como supermercados, quitandas, mercearias, hortifrútis, sacolões, entre outros; e os Índices de Consumo em Restaurantes (ICR) apontam a evolução do consumo de refeições prontas em estabelecimentos como restaurantes, bares, lanchonetes, padarias, além de serviços de entrega (delivery) e retirada em balcão/para viagem (pick-up).
Em termos regionais, a análise dos resultados revela que os efeitos da Covid-19 se estenderam por todo o país, com intensidade variável segundo a aceleração ou desaceleração da pandemia em cada localidade, bem como o maior ou menor rigor das medidas restritivas impostas pelos governos estaduais e municipais sobre a operação dos estabelecimentos.
Adotando como parâmetro o valor gasto em restaurantes, o segmento mais fragilizado pela pandemia, é possível evidenciar um impacto negativo similar em 2 das 5 regiões brasileiras: Nordeste (-34,8%) e Sudeste (-34,1%). Entre as demais, a queda no valor total gasto em abril foi de, respectivamente, região Norte (-31,3%), Centro-Oeste (-30,6%) e Sul (-27,4%).
Individualmente, os estados que tiveram os piores resultados foram: Amapá (-44,9%), Tocantins (-43,5%), Bahia (-39,4%), Rio de Janeiro (-38,9%), Ceará (-37,4%) e Amazonas (-35,8%), contrapondo-se àquelas que apresentaram menor retração no consumo: Roraima (-1,2%), Acre (-5,9%), Rondônia (-6,1%), Mato Grosso do Sul (-18,4%) e Espírito Santo (-19,1%). Entre outras unidades federativas, vale mencionar os impactos registrados em: São Paulo (-33,2%), Minas Gerais (-31,9%), Paraná (-30,3%), Santa Catarina (-19,2%), Rio Grande do Sul (-31,4%) e Pernambuco (-30,3%).