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A cultura do ódio e do cancelamento: como transformar o mundo por meio de valores e virtudes

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Grupo Educacional Bom Jesus busca busca esse contraponto desde a educação infantil e, neste ano, lançou a campanha Amorografia para reforçar a propagação dessas atitudes na sociedade 

 

O que você faz quando acompanha pela internet ou pessoalmente uma atitude desrespeitosa, preconceituosa, apática? Alguns ignoram, outros se mostram indignados. Há aqueles que ficam apáticos. Mas existem também as pessoas que não concordam e expressam o desprezo de maneira ríspida, com raiva e ódio nas palavras ou atitudes. É justamente aí que está o problema: o culto do ódio, da raiva, do desprezo, a má intenção, o sentimento de desejar o mal ao outro. Tudo isso gera uma rivalidade intolerante, desagregadora, que passou a ficar mais evidente, visível e banal com a facilidade e a agilidade da comunicação pelas redes. 

 

O professor e filósofo Leandro Amorim, coordenador de Filosofia do Ensino Médio do Colégio Bom Jesus, alerta para essa reflexão: a ideia da intolerância transformada em algo comum e aceitável. “Acho que o grande termo que permeia tal indagação é a tolerância. E no sentido do cancelamento, será que tolerar a intolerância seria um sinal de respeito ou uma armadilha? Para todas as questões existem os dois lados: o lado daquele que comete o ato e também daquele que é vítima ou que testemunha o ato do cancelado”, diz o filósofo. 

 

Durante a pandemia, com a necessidade de criação ou fortalecimento de vínculos, essas atitudes ficaram ainda mais evidentes. “Reacender a cultura da paz é um trabalho diário, racional, espiritual e relacional, assumindo para si a responsabilidade de nunca perder de vista o ponto de partida da liberdade, da autonomia, da empatia e do respeito à diversidade. A cultura da paz é necessariamente alimentada pelo esclarecimento. Esclarecimento esse que pontualmente está atrelado a razão, a espiritualidade e a empatia”, afirma o professor Leandro.

Para o professor, não há justificativas, sejam elas culturais ou históricas, para a perpetuação de atos que constrangem ou denigrem os outros. “Podemos até entender circunstâncias, mas não podemos aceitá-las. A adesão ao ataque está sistematicamente vinculada à ignorância, à falta de esclarecimento e também à escolha”, analisa.

 

AMOROGRAFIA: ATITUDES PARA A CRIAÇÃO DA CULTURA DA PAZ

 

O estímulo à prática de valores e virtudes é intrínseco ao Grupo Educacional Bom Jesus. Em todos os colégios – bem como nos campi da FAE –, projetos, programas, disciplinas e práticas pedagógicas contemplam os valores franciscanos, sempre na busca da cultura da paz e do amor no mundo. Em maio deste ano, o Grupo lançou a campanha Amorografia, um termo que abrange atitudes ou ações que representam, transcrevem o amor. Ou seja, o estudo teórico e prático sobre amar ao próximo com altruísmo e propósito de fazer o bem. Em poucas palavras: o amor para a transformação. 

 

Para estimular essas atitudes e divulgar a ação, o Grupo Educacional Bom Jesus lançou no Instagram a página Amorografia – @amorografia.oficial, na qual são propagados exemplos de atitudes positivas. Para o filósofo Leandro, a campanha Amorografia vem em um momento em que a sociedade precisa cada vez mais pensar no amor como solução para as crises. “A campanha é genuína quando nos deparamos em um mundo completamente refém e de joelhos diante da maior pandemia da contemporaneidade, ornando com as novas exigências de uma sociedade sedenta de afeto e compaixão”, ressalta.

O professor Leandro avalia que, para criar a cultura de paz, é preciso pensar mais na educação aliada à ação. A Amorografia norteia outras ações vinculadas à educação já desenvolvidas nos colégios e na FAE, como o projeto “Virtudes e Atitudes”, inspirado em Francisco de Assis. Esse projeto contribui para o desenvolvimento e a aplicação de virtudes franciscanas no cotidiano escolar e a transposição destas para outros ambientes. É um projeto que trabalha com os alunos, a cada ano, uma virtude específica, como respeito, humildade, tolerância, diálogo, solidariedade, entre outras. “São atitudes franciscanas que, ao longo do tempo, refletem na sociedade, servem de contraponto para a cultura do ódio e do cancelamento”, observa o coordenador-geral do Ensino Fundamental II do Colégio Bom Jesus, Geraldo Turezo.

Já o “Bom Jesus Social” caracteriza-se como uma estratégia para engajar toda a comunidade escolar em questões sociais e/ou ambientais. “Esse projeto tem por objetivo o desenvolvimento do humanismo solidário em que o assistencialismo dá lugar a uma postura de empatia, de envolvimento e de engajamento”, comenta Turezo. A exploração dessas temáticas ocorre de modo integrado aos objetos de conhecimento dos diferentes Componentes Curriculares. Os professores organizam atividades interdisciplinares, o que contribui para ampliar tanto a abordagem da temática quanto a visão de mundo dos estudantes”, explica o coordenador.

A Filosofia, presente na matriz curricular desde o 5.º ano do Ensino Fundamental do Bom Jesus, também é oportunidade para os alunos de promover a análise, a reflexão, o pensamento crítico e o diálogo entre diferentes concepções e posicionamentos, estabelecendo, igualmente, um contraponto às questões discutidas na sociedade.

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