Projeto com tecnologia licenciada pela Universidade de Qatar tem como foco reconstituir, o estoque pesqueiro e alavancar o turismo no município
O Brasil foi presenteado por uma costa litorânea extensa, com cerca de 7,5 mil quilômetros, mais de 2 mil praias e muitas delas famosas internacionalmente. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, em torno de 25% dos brasileiros vivem no litoral, e dependem dele, na economia.
No entanto, os ecossistemas marinhos do mundo estão em apuros. A alteração climática, a poluição e o uso sem respeito do ser humano, contribuem para essa perda de produtividade biológica e econômica. Se não for pensado nessa fauna marítima hoje, nossas crianças e a próxima geração que vier, vai precisar se contentar apenas em conhecer espécies em museus.
Pensando no futuro e num ambiente marítimo saudável, a spin-off do Grupo DDL, a empresa Blue Reef, que tem como foco no uso sustentável e na reciclagem do meio ambiente marinho e costeiro, apresenta nessa quinta-feira 22 de julho, para Prefeitura de Piçarras, um projeto personalizado, utilizando métodos e tecnologia de ponta, desenvolvida para acelerar a restauração dos ecossistemas e melhorar a funcionalidade econômica de ambientes degradados.
“Nossa solução inclui desde a preparação e implantação de recifes artificiais ecologicamente corretos para aumentar os habitats, na produção e reintrodução de espécies alvo para acelerar a restauração dos estoques pesqueiros, na adaptação dos ecossistemas para facilitar o acesso e uso turístico dos ambientes restaurados, no controle da pressão hidrodinâmica das ondas para evitar a erosão costeira nas praias e na manutenção do ecossistema restaurado”, explica Sidnei Cantu, CEO da Blue Reef. Com a efetivação do projeto, Piçarras passará a proporcionar ao morador e ao turista, uma melhoria ecológica. “É planejado um atrativo comercial da proposta, onde se valoriza a Ilha Feia, com Pier Flutuante, passarela flutuante e museu subaquático, criando uma atração no fundo do mar, fortalecendo ainda mais o retorno econômico para o município”, reforça.
Todo o projeto conta com a utilização da comunidade extrativista local, como pescadores e coletores, assim como na parceria com a comunidade acadêmica e centros universitários. “Com o lucro que a preservação e a reconstituição da flora marítima trazem, automaticamente se tornam atrativas ao turismo”, ressalta Cantu.
A apresentação do projeto conta também com a presença do cientista marinho do Departamento de Meio Ambiente da Universidade do Qatar, Prof. Dr. Bruno Welter Giraldes, que desenvolve novas tecnologias e patentes voltadas para restauração da área marinha, com o licenciamento de tecnologia exclusiva para Blue Reef do Brasil. Projeto similar está em andamento nos recifes de corais em Porto de Galinhas (PE), que é conhecido pela riqueza natural e onde o turismo é o carro chefe da economia local.
Em Porto de Galinhas, o projeto de restauração de recifes denominado REANIMAR é realizado em parceria com a AHPG – Associação de Hotéis e Pousadas de Porto Galinhas, e assim como os demais projetos da Blue Reef, possui um foco ambiental, econômico e científico.
“Com o projeto, enaltecemos que o interesse na preservação do meio ambiente é uma responsabilidade de todos, enquanto cidadãos. A proteção de nossas praias não pode ser apenas uma ação de verão, precisa ser contínua. Pois o mau uso dos recursos naturais é uma das principais formas de destruição marítima, ameaçando a fauna, favorecendo a propagação de pragas e doenças e prejudicando a economia local. E quanto mais reconstituirmos ecossistemas para um “reuso” econômico estratégico, maior será a preservação marítima pois evitará a migração do sistema exploratório para ambientes preservados”, finaliza Welter.