Projeto foi suspenso em 2020, e retorna agora em 2021 em novo formato; elenco avalia impactos e os novos desafios de fazer arte na pandemia
Após 16 meses de suspensão da programação em decorrência da pandemia, o o projeto “Triolé Fora da Estrada no Norte Pioneiro”, que leva programação cultural de qualidade para moradores de cidades com menos de 50 mil habitantes no norte do estado volta às atividades a partir desta segunda-feira (19), na cidade de Jaboti, distante 400km de Londrina.
A proposta conta com o apoio da Copel e Incentivo do Profice, Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura, da Secretaria da Comunicação Social e da Cultura, Governo do Estado do Paraná, e prefeituras municipais da região do Norte Pioneiro.
Para garantir o distanciamento social, o grupo – formado pelos atores Alexandre Simioni e Gerson Bernardes – reestruturou toda a programação para o formato híbrido, que contempla ação presencial com cortejo performance a bordo do fusca amarelo da companhia; e atividades on-line com espetáculo, oficinas e filmes que homenageiam a biografia de Mazzaroppi.
“Estamos na expectativa de como vai acontecer na prática, como o público vai receber o projeto, e de garantir a segurança de todas as pessoas envolvidas. Dentre muitos desafios, acreditamos que algumas coisas foram aprendidas e apreendidas nas primeiras 20 cidades e a principal delas é entender que temos que nos adaptar à realidade de cada local, de cada público, tudo isso agora durante uma pandemia”, explicam os atores.
Efeitos da pandemia
O Triolé suspendeu o projeto em 15 de março de 2020, período em que muitas atividades foram suspensas em todo o país. “Já vínhamos acompanhando e discutindo internamente essa necessidade, questionando, também, o Governo do Estado sobre as medidas que seriam tomadas com o avanço da pandemia pelo Brasil, e neste dia, junto com muitas atividades, a interrupção foi inevitável.”
A retomada do projeto foi algo desafiador para o grupo que viveu, assim como todo o ambiente cultural, longos períodos de incertezas e frustrações. “Retomar o projeto como ele foi pensado em 2017 e realizado até 2020 pareceu muito distante, porque o objetivo do nosso trabalho e desse projeto é justamente provocar o encontro, em outras palavras, aglomeração. Decidimos alterar o formato para que acontecesse de maneira segura para a população beneficiada, e também para a gente.”
Os atores já estão na estrada desde junho, realizando visitas técnicas em 26 cidades da região do Norte Pioneiro, produzindo vídeos e finalizando a produção do projeto. “Esperamos manter a conexão buscada no cerne do projeto, que é realizar o encontro com o público e o seu território, agora numa relação híbrida. Queremos também ter com o público uma relação de respiro e esperança, que nos faça agir de maneira a resolver a situação que estamos vivendo, aprender as lições e cuidar das feridas que as perdas estão deixando. Acreditamos que, mais uma vez, a cultura e a arte serão as ferramentas para cuidar das pessoas.”