Início Destaques do Editor Brasil se prepara para lançar selo nacional de Indicação Geográfica

Brasil se prepara para lançar selo nacional de Indicação Geográfica

Iniciativa prevê realização de consulta pública, desde o dia 03 de agosto, com consumidores finais, produtores das IGs e a sociedade em geral

bala de banana de antonina
Bala de Banana de Antonina é um dos produtos paranaenses com registro de Indicação Geográfica. Crédito da foto: divulgação.

Assim como muitos países da América do Sul, da Ásia e da União Europeia, o Brasil terá um selo nacional único para produtos registrados como Indicações Geográficas (IG). Para isso, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), responsável pela concessão do registro das IGs, lançou na última terça-feira (3), uma consulta pública para colher sugestões sobre portaria que vai instituir o Selo Brasileiro de Indicações Geográficas.

A iniciativa faz parte do trabalho de estruturação do selo, que está sendo conduzido por um grupo técnico, envolvendo o Sebrae, ministérios da Economia e o da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o INPI.  De acordo com a analista de Inovação do Sebrae, Hulda  Giesbrecht, a expectativa é que o selo seja lançado em novembro deste ano. “A ideia é que o selo nacional de IG facilite a identificação pelos consumidores dos produtos de regiões reconhecidas, gere senso de pertencimento esses produtores, mas também contribua, a médio prazo, no monitoramento do desempenho das IGs”, explicou. 

Além da consulta pública, o grupo de trabalho realizou um estudo para elaborar a análise do impacto regulatório, a partir da realização de pesquisas com todas as IGs registradas no país e com consumidores. O levamento feito sobre as IGs no âmbito do consumidor mostrou que 69,9% dos entrevistados escolheriam um produto com qualidade baseada na origem em função das características específicas e diferenciadas de outros produtos similares no mercado e 49,1% afirmaram que o motivo seria a tradição dos produtos. Sobre identificação, 44,7% responderam que procuram saber, no rótulo ou na embalagem, onde o produto foi produzido. A pesquisa online ficou disponível na internet entre os dias 21 de maio e 08 de junho deste ano. 

Por outro lado, o levantamento feito com as entidades representativas sobre o uso das IGs apontou que 85% têm a percepção que o consumidor final desconhece o que é uma IG e 78% têm a percepção que falta conhecimento da IG pelo mercado. Entre os produtores representantes do segmento, 78% acreditam que o Selo Brasileiro de IG fortalece o processo de comunicação com o consumidor final e 80% têm percepção que o selo deve considerar um processo de cadastro para identificar e acompanhar os produtores que irão utilizá-lo. O formulário de pesquisa foi enviado para 77 entidades entre os dias 6 e 19 de abril deste ano. 

Nova pesquisa

Até o dia 15 de agosto, o Sebrae realiza um levantamento com os donos de pequenos negócios do Comércio para saber como os empresários tomam a decisão para definir os produtos que colocam à venda e se priorizam produtos exclusivos de determinadas regiões.  Estão participando da pesquisa cerca de 90 mil donos de pequenos empreendimentos como minimercados, padarias, cafeterias, confeitarias, lanchonetes, restaurantes, lojas de artesanato e objetos decorativos, lojas de delicatessen, entre outros estabelecimentos.

Saiba mais

Atualmente, o Brasil possui 87 Indicações Geográficas registradas de produtos como vinhos, espumantes, frutas, farinhas, artesanato, minerais, produtos têxteis, entre outros. No ano passado, o Sebrae fez o diagnóstico de 120 territórios com potencial de reconhecimento do INPI e identificou que 80 deles têm potencial para obter o registro nos próximos anos. Além de valorizar a região e o produto, a IG confere maior acesso a novos mercados com valor agregado e promove o desenvolvimento das localidades que se tornam polos de atração turística.

O Paraná  possui nove produtos com o registro de IG. São eles a bala de banana de Antonina, o mel do Oeste do Paraná, o melado de Capanema, a goiaba de Carlópolis, o mel de Ortigueira, o queijo de Witmarsum, a erva-mate São Matheus – do sul do Paraná, a uva de Marialva e o café do Norte Pioneiro.

SEM COMENTÁRIOS

Sair da versão mobile