Tratamento de reprodução assistida é alternativa para que mulheres que sofreram com abortos espontâneos, que ocorre em 20% das gestações, possam ter um filho de maneira segura e eficaz.
Na última quinta-feira, a cantora Thaeme Marioto compartilhou uma foto em seu Instagram em que aparece grávida ao lado de seu obstetra, o Dr. Rodrigo Rosa, para contar um pouco sobre a sua gestação, revelando ter optado pela Fertilização in Vitro na tentativa de conceber Ivy, sua segunda filha. “Na Fertilização In Vitro, o material genético colhido da mulher (óvulo) e do homem (espermatozoides) são fecundados em laboratório e posteriormente o embrião é transferido para o útero, onde se implantará e desenvolverá a gestação”, explica o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da Clínica Mater Prime, em São Paulo.
Segundo a cantora, a opção pela Fertilização In Vitro se deu após sofrer uma série de abortos espontâneos: “após tantas perdas (a última aconteceu há 1 ano) decidi partir pra FIV pra acompanhar todo o processo e entender o que poderia estar acontecendo!”, disse Thaeme na publicação. “Ocorrendo em 20% das gestações, o aborto espontâneo é caracterizado pelo fim da gestação antes da 22ª semana devido a morte do feto. Geralmente, os sintomas mais comuns do aborto espontâneo são dor abdominal forte e sangramento vaginal”, explica o Dr. Rodrigo. Já as causas do problema são extremamente variadas. “Na maior parte dos casos, a causa dos abortos espontâneos não têm relação com a saúde da gestante, ocorrendo devido a uma alteração cromossômica do embrião que faz com que este não se desenvolva corretamente, sendo assim rejeitado pelo organismo. Os outros casos de aborto, por sua vez, estão geralmente ligados a saúde da mulher, podendo ocorrer devido a maus hábitos de vida ou problemas no útero, alterações hormonais, infecções e doenças autoimunes e da tireoide”, afirma.
A boa notícia é que é possível evitar que o aborto se repita através da consulta com um especialista, que poderá realizar uma avaliação para identificar a causa e recomendar o método mais adequado para que a gestação seja bem sucedida. Mas, visto que a maior parte dos casos ocorre por fatores genéticos, a melhor alternativa é geralmente a fertilização in vitro. “Isso porque a fertilização in vitro permite que os óvulos sejam fecundados em laboratório e os embriões sejam avaliados por meio de exames genéticos. Dessa forma, apenas os embriões saudáveis e que não apresentam alterações cromossômicas são selecionados e implantados novamente no útero, o que reduz significativamente o risco de aborto”, destaca o especialista.
De acordo com o médico, a Fertilização in Vitro é dividida em quatro partes: estimulação ovariana; captação dos óvulos e espermatozoides; fecundação assistida; e transferência dos embriões. E o procedimento possui altas taxas de sucesso, com chance de gravidez de 50 a 60%. “No entanto, o índice de sucesso do procedimento pode variar de paciente para paciente, já que depende de fatores como idade da mulher, histórico de saúde e causa da infertilidade apresentada pelo casal. Por exemplo, quanto mais nova a mulher, mais chances de obter sucesso no procedimento, sendo que mulheres com menos de 30 anos têm até 70% de chances de engravidar em uma única tentativa de FIV. Logo, antes de optar pelo tratamento, é importante que a paciente se informe com o médico sobre as possibilidades e as chances de sucesso do procedimento especificamente em seu caso”, finaliza o Dr. Rodrigo Rosa.
FONTE: DR. RODRIGO ROSA – Ginecologista obstetra especialista em Reprodução Humana e sócio-fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo. Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), o médico é graduado pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Especialista em reprodução humana, o médico é colaborador do livro “Atlas de Reprodução Humana” da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana.