Pesquisa feita pelo Sebrae mostra que até mesmo os negócios que não sabem o que é uma Indicação Geográfica (IG) gostariam de vender produtos típicos regionais
A popularidade das Indicações Geográficas (IG) vem crescendo entre os micro e pequenos negócios de varejo. Dados de pesquisa recente, feita pelo Sebrae, mostram que 60% das empresas entrevistadas sabem o que é uma IG e a maioria tem interesse em vender produtos com IGs. Dos que conhecem os produtos com IG, 52% já optaram por vendê-los em seus comércios. O estudo foi feito com micro e pequenos negócios do varejo para entender como é a relação dos comerciantes com os produtos típicos regionais.
As Indicações Geográficas brasileiras são indicações de procedência ou denominações de origem que garantem a diferenciação de produtos e serviços com base na sua origem. O Brasil possui até o momento 88 IGs reconhecidas. Somente no Paraná, são nove produtos com a Indicação Geográfica. São eles a bala de banana de Antonina, o mel do Oeste do Paraná, o melado de Capanema, a goiaba de Carlópolis, o mel de Ortigueira, o queijo de Witmarsum, a erva-mate São Matheus – do sul do Paraná, a uva de Marialva e o café do Norte Pioneiro.
Para a analista de inovação do Sebrae, Hulda Giesbrecht, os resultados são expressivos e podem ser ainda melhores se houver colaboração e integração entre produtores e vendedores de produtos das Indicações Geográficas nas ações de comunicação com o mercado. “O produto com IG não é só um produto com um nome diferenciado, ele tem uma história, há mecanismos de controle em sua produção que o fazem manter características únicas. É preciso que tanto os produtores, quanto os comerciantes, conheçam as características de cada região/produto e ressaltem esses diferenciais para o consumidor”, afirma.
Segundo a pesquisa do Sebrae, até mesmo aqueles empreendedores que não sabem o que é uma IG gostariam de vender em seus negócios “produtos típicos regionais”. Para 74% dos pesquisados que desconhecem o que é IG seria interessante oferecer produtos típicos mostrando-os em posição de destaque, dando amostras grátis para o consumidor conhecer ou mesmo ressaltando as características do produto por meio de uma identificação destacada.
“Apesar do crescimento da popularidade das IGs, ainda estamos em processo de expansão do conhecimento desse conceito pelo mercado. Os empreendedores podem explorar o potencial desses produtos no mercado. São produtos especiais que contam histórias de regiões e pessoas. O que falta é alinhamento e comunicação entre produtores e comerciantes”, observa Hulda.
Selo nacional
A criação do selo nacional de Indicação Geográfica é apontada pela maioria (67%) dos entrevistados como uma medida que irá impulsionar as vendas de produtos com IGs, já que os consumidores irão identificar com mais facilidade esses produtos. “Até o fim deste ano teremos o lançamento oficial do selo nacional das IGs. Será uma identificação única para todas as 88 IGs que temos até o momento e para as que vierem a registradas. A expectativa é que o lançamento ocorra em dezembro”, adiantou a analista.
Perfil
A pesquisa realizada pelo Sebrae abordou uma amostra específica de donos de micro e pequenos negócios do comércio com potencial de vender produtos típicos regionais. Nessa amostra, os microempreendedores individuais são a maioria (48%), seguidos pelas microempresas (41%) e empresas de pequeno porte (11%). A idade da maior parte dos respondentes fica entre 36 e 55 anos, com nível de escolaridade superior para 64% dos entrevistados. Em relação a cor da pele, 60% declararam-se brancos, 37% negros, 2% outros e 2% não quiseram informar.
Conceito
Indicação Geográfica (IG) é um nome geográfico que identifica um produto ou serviço como originário de uma área geográfica delimitada quando determinada qualidade, reputação ou outra característica é essencialmente atribuída a essa origem geográfica.