Inflamações no coração como miocardite e pericardite são mais comuns se você desenvolver a doença Covid-19 do que se vacinar com uma vacina de RNA mensageiro, como a da Pfizer. Até agora, casos extremamente raros surgiram após a segunda dose e foram resolvidos com, no máximo, medicamentos leves
De acordo com o Vaccine Safety Datalink, que contém dados de mais de 12 milhões de registros médicos, miocardite ou pericardite ocorre em pessoas de 12 a 39 anos a uma taxa de 8 por 1 milhão após a segunda dose de Pfizer (disponível no Brasil para vacinação) e 19,8 por 1 milhão após a segunda dose de Moderna. Segundo o especialista, os benefícios superam os riscos e as autoridades sanitárias reforçam a importância de vacinar homens jovens com as duas doses das vacinas de mRNA contra Covid-19. “Até agora, a maioria dos casos não evoluiu para nada mais grave, apesar das informações limitadas sobre sequelas potenciais a longo prazo. O tratamento de inflamações cardíacas pode incluir medicamentos para regular o batimento cardíaco e melhorar a função cardíaca. Em casos raros, mas graves, um dispositivo pode ser necessário para auxiliar o funcionamento do coração”, diz o Dr. Juliano.
Segundo o FDA, não há motivo para preocupação, na medida em que este é um efeito colateral extremamente raro e apenas um número excessivamente pequeno de pessoas o sentirá após a vacinação. “Até agora, a maioria dos casos foi leve e os indivíduos se recuperam frequentemente por conta própria ou com tratamento mínimo. Além disso, sabemos que miocardite e pericardite são muito mais comuns se você for infectado e desenvolver a doença Covid-19, e os riscos para o coração da infecção podem ser mais graves. Dessa forma, tomar a vacina disponível é o melhor a fazer”, afirma o médico.
O surgimento de novas variantes do Novo Coronavírus e o padrão distorcido de vacinação em todo o país também podem aumentar o risco para jovens não vacinados. “Se você estiver em uma área com baixa vacinação e alto risco de contágio, os riscos são maiores. Os benefícios [da vacina] serão muito, muito maiores do que qualquer risco”, finaliza o cardiologista.
FONTE:
*DR. JULIANO BURCKHARDT: Médico Cardiologista, Geriatra e Nutrólogo, membro Titular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). Especialista também em Clínica Médica, Medicina de Urgência e Ergometria. É membro da American Heart Association e da International Colleges for Advancement of Nutrology. Mestrando pela Universidade Católica Portuguesa, em Portugal. Atua como docente e palestrante nas suas especialidades na graduação e pós-graduação. É diretor médico do V’naia Institute. Diretor Científico Brasil da European Academy of Personalized Medicine. Membro do Corpo Clínico do Hospital Sírio Libanês.