(*) Cicero Manoel Bezerra
Precisamos acreditar numa educação onde educadores e educandos sejam sujeitos do seu processo de desenvolvimento. Isso porque necessitam da mediação das experiências e saberes de ambos para que se concretize a aprendizagem. A educação é um processo contínuo de construção individual e de transformação da realidade, pois quanto mais aprendemos, mais nos desenvolvemos.
Já o conhecimento é resultado das interações nas relações humanas e da sua construção social, histórica e cultural. Consiste na influência exercida por um indivíduo sobre outro, no sentido de despertar um processo de conscientização e crescimento. Essa influência leva o educando a promover autonomamente o seu aprendizado moral e intelectual. Trata-se de um processo sem qualquer forma de coação ou imposição, pois o educador apela para a vontade do educando e conquista-lhe a adesão voluntária para uma ação de aperfeiçoamento.
Sendo os seres humanos em sua atividade concreta, pontos de partida para a construção do conhecimento e da ciência real, a teoria então começa na vida, na atividade prática. Portanto, a verdadeira atividade é teórico-prática e, neste sentido, é relacional, crítica e transformadora. Veja bem, é teórica sem ser mera contemplação, uma vez que é a teoria que guia a ação. E também é prática sem ser mera aplicação da teoria, uma vez que a prática é a própria ação guiada e mediada pela teoria.
Sendo assim, é necessário ter uma visão de unidade. Teoria e prática trabalhadas de forma simultânea, em que o fazer pedagógico aborda aspectos do ensinar ensinando e como essa prática deve ser articulada e para quem é destinada consolidando assim o ensino aprendizagem.
Pensar e refletir a respeito da educação significa reforçar o compromisso que nós professores temos assumido – dentro da atividade acadêmica – de refletir a ação educativa, tendo como referência a própria prática pedagógica e social. Entende-se que uma produção teórica, ou mesmo uma reflexão sobre uma determinada teoria, de nada vale se não estiver promovendo uma articulação dessas ideias com uma situação objetiva, centralizada no bem-estar e nas práxis sociais humanas.
Nesta perspectiva, é preciso colocar o trabalho e a produção teórica à disposição de um coletivo maior de pesquisadores, professores e alunos. Assim alcançamos e abrangemos mais o objetivo de se fazer trocas necessárias ao pensamento reflexivo, crítico e científico, levando em conta todo o desenvolvimento do ser humano.
Pensar a teoria e a prática significa estar construindo uma via de mão dupla para a educação, afinal a necessidade é ampla e precisamos de material adequado para ajudar professores e alunos. Tanto no preparo das aulas quanto na orientação conceitual a respeito dos assuntos pertinentes.
Quem é o professor? Um apaixonado pelo que faz. Um ardoroso estudante. Aquele que acredita que a educação pode transformar a vida de uma pessoa. É também um perseverante diante das situações difíceis que envolvem a educação.
O professor estuda, trabalha, escreve e não dorme, não come e não para quando o tema de sua aula vem à mente, sua dedicação é integral. Professor chora por um aluno, luta por um aluno, se empenha para que esse aluno seja bem-sucedido. E o professor também luta pela cultura da paz, profetiza a respeito de um mundo melhor. É a voz daqueles que não tem voz!
(*) Cicero Manoel Bezerra é doutor em Teologia e coordenador da área de Humanidades do Centro Universitário Internacional UNINTER