A trajetória da trupe de palhaços de Londrina, que há 25 anos leva alegria e diversão para as crianças internadas em hospitais da cidade, virou obra literária.
Escrito pela jornalista e atriz Emilia Miyazaki, a primeira integrante do grupo, a publicação tem 96 páginas que oferece ao leitor um passeio pela história do Plantão Sorriso, organização fundada em 1996, uma iniciativa pioneira no sul do país, e que na época contou com a assessoria dos “Doutores da Alegria”, de São Paulo, e do saudoso palhaço Picolino (Ricardo Queirolo).
Ilustrada com fotos históricas e tiras em quadrinhos, a obra traz ainda uma seleção de crônicas inspiradas nos relatórios produzidos pelo elenco, depoimentos de médicos, de antigos palhaços e dos atores do grupo. A publicação foi viabilizada com recursos do Promic, Programa de Incentivo a Cultura, da Prefeitura de Londrina.
“O livro é um marco na trajetória do Plantão Sorriso, de uma história que começou em 1996 e que segue ininterrupto até hoje”, festeja a jornalista Emilia Miyazaki. “Esses 25 anos de vida estão diretamente relacionados ao comprometimento de cada palhaço e palhaça que participou dessa história para que chegássemos até aqui. De um elenco profissional e muito focado em atender as crianças que estão nos hospitais, entregando um trabalho de qualidade e de respeito a todos que estão vivendo esse momento delicado. O resultado é um livro com muita cor, feito com muito carinho e cheio de emoção.”
Arte e ciência
Com um elenco formado por atores profissionais, treinados e capacitados para atuar no ambiente hospitalar, o trabalho do Plantão Sorriso já beneficiou milhares de pessoas, proporcionando momentos de descontração, risos e brincadeiras. A diversão contagia não só as crianças hospitalizadas, mas também os familiares e toda a equipe de saúde dos hospitais, comprovando que a união entre a arte e a ciência é uma importante aliada no tratamento dos pacientes.
Segundo Luciana Bazzo, fundadora do grupo, é uma alegria acompanhar a trajetória do Plantão: “No momento da criação do Plantão Sorriso havia uma palavra que eu repetia sempre que apresentava a ideia a possíveis parceiros e colaboradores: continuidade. Era importante deixar claro que se tratava de uma proposta séria, comprometida com estabilidade na relação com os hospitais, pois só assim alcançaríamos o efeito desejado. Vinte e cinco anos depois, o Plantão Sorriso está aí para provar que valeu a pena insistir nesse ponto. É impossível descrever a alegria que sinto ao ver que a semente que plantei criou raízes e deu frutos durante todos esses anos.”
Crônicas
Além da trajetória histórica, o livro apresenta a gama de atividades produzidas pelo Plantão além das visitas aos hospitais, como cursos, palestras, espetáculos teatrais e shows musicais – além de uma série de crônicas produzidas por Aneliza Paiva, jornalista e coordenadora artística da companhia.
“Desde que entrei no Plantão, em 2004, escrevo com alguma frequência, relatórios sobre as visitas aos hospitais e as vivências no projeto. Sempre me encantei com a riqueza dessas pequenas histórias que vivemos diariamente nos hospitais. Então, revirei arquivos lendo relatórios de palhaços e palhaças desde o início do projeto, caçando histórias para contar em formato de crônica. Na tentativa de mostrar um pouquinho das lindezas (e desafios) que a gente vive sendo palhaça e palhaço do Plantão Sorriso”.
Reconhecimento
Nestes 25 anos, as visitas realizadas semanalmente pelos palhaços e palhaças do Plantão Sorriso aos hospitais em Londrina contabilizam 600 mil atendimentos. Uma linda estatística para se comemorar. Graças a seu notável trabalho, o Plantão Sorriso obteve o reconhecimento oficial em 1999, quando recebeu os Títulos de Utilidade Pública Municipal e Estadual; e em 2015, com a conquista da Medalha Ouro Verde – a maior honraria concedida pelo Município de Londrina.